OPINIÃO: #elesim

Ontem foi conhecido o resultado das eleições no Brasil, que elevaram o até então candidato Jair Bolsonaro ao cargo de presidente do Brasil.

O problema é que, sendo o presidente do Brasil, é o presidente de um país que é uma potência militar regional e que é o quinto maior país do mundo em área territorial e sexto em população.

Neste contexto, ainda que a eleição do presidente do Brasil seja um assunto da exclusiva competência dos brasileiros, o que lá acontece deve ser alvo de cuidados e de atenção… Fenómenos como a eleição de Trump (nos Estados Unidos), de Duterte (nas Filipinas) ou mesmo, de Bolsonaro sugerem que algo novo está a acontecer na política, o que não podemos ignorar!

No caso do Brasil, longe de serem uma festa da democracia, estas eleições foram muito polemizadas, fruto da personalidade de um dos seus principais candidatos, o agora presidente, Jair Bolsonaro.

Recorde-se que estas foram as primeiras eleições para a presidência do Brasil, após o também polémico processo de “impeachment” a Dilma Rousseff, que a 31 de agosto de 2016 destituiu a então presidente do Brasil, para colocar no seu lugar Michel Temer, até então vice-presidente.

O processo de destituição, que esteve relacionado com o eventual desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente e ainda com suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção, não reuniu consensos a favor da culpa da presidente, mas resultou na mesma na sua destituição.

A crise política, que na altura já existia no Brasil, aumentou ainda mais, com os clamores da ex-presidente de que teria ocorrido um golpe político.

No entanto, apesar da crise, o presidente Michel Temer conseguiu terminar o seu mandato e convocou eleições para o mês de outubro deste ano.

Inicialmente, despontaram como favoritos Lula – Luís Inácio da Silva (o antecessor de Dilma Rousseff) e Jair Bolsonaro. Estes mesmos candidatos, porém, além de favoritos, eram simultaneamente os mais indesejados, o que revela que, desde o início, estas eleições foram muito complexas, polémicas e cheias de animosidade.

Para adensar o panorama político, Lula, um dos candidatos favoritos que estava a ser processado no âmbito da operação chamada “Lava Jato”, foi condenado por corrupção passiva e por lavagem de dinheiro e, como consequência, a sua candidatura foi impugnada. De pouco valeram os protestos populares e restou ao seu partido substituir o candidato por Fernando Haddad, que disputou e perdeu o primeiro e o segundo turno das eleições brasileiras para a presidência com Jair Bolsonaro.

Apesar do afastamento por via judicial do seu principal oponente, o candidato vencedor não obteve uma vitória fácil, muito por culpa dele mesmo. Muito por culpa da sua estratégia política, o candidato envolveu-se, no decorrer da campanha, com diversas polémicas relacionadas com a sua opinião sobre os refugiados, os indígenas e quilombolas, as mulheres, os homossexuais e a ditadura no país que começou em 1964. Estas polémicas motivaram a existência de movimentos do tipo do “Ele não!” (que começou no Facebook) e de grupos como “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, entre outros.

Apesar desses movimentos, o candidato Jair Bolsonaro venceu as eleições, com aproximadamente 55%, o que significa que provavelmente recebeu uma boa parte dos votos das pessoas atingidas pelas polémicas. Este facto, se me permitem referir, deixa-me com algumas dúvidas sobre o que realmente aconteceu: Terá sido tudo mentira (neste caso, é um caso de polícia!), será que as pessoas não tiveram conhecimento das polémicas, ou será que as pessoas são simplesmente masoquistas?

Não sei! O que pensa o leitor?

De qualquer forma, ficam os meus votos para que o meu Brasil querido e todas as pessoas dentro dele (de qualquer raça, cor, credo, ideologia e sexo), meus conterrâneos, sejam governados a partir do próximo mês de janeiro por um presidente que sare as feridas que foram abertas nestas eleições e una o seu povo. Só assim o povo será feliz! Só assim haverá “ordem e progresso”!

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