O mundo tal como o conhecemos está em constante transformação. Uma transformação tão rápida como uma bola de fogo que se forma no Universo a anos luz e depressa desaparece sem que nos apercebamos como e quando se formou.
Na Política Mundial, observamos esta bola de fogo formar-se diante de nós.
São utilizadas novas ferramentas para fazer chegar mensagens e ideias aos cidadãos através dos Media e das Redes Sociais, disseminando mensagens instantâneas ao segundo.
Tal como a bola de fogo, estas mensagens disseminam-se tão rapidamente, que nem as vemos desaparecer.
Os Media e as Redes Sociais têm o poder de influenciar a opinião pública e a política não só reconhece isso como se movimenta nestes meios de forma mais ou menos eficaz.
As Redes Sociais trouxeram os actores políticos para a arena da cidadania, em muitos casos, sem filtro, fazendo crescer ideias mais ou menos populistas, mais ou menos irreverentes e mais ou menos transgressoras daqueles que são os direitos humanos.
Vejamos o fenómeno Trump nos Estados Unidos e o fenómeno da Frente Nacional na França.
Apesar da derrota esmagadora de Le Pen nesta segunda volta das eleições Francesas, não deixa de ser preocupante observar que o nacionalismo puramente xenófobo obteve o segundo lugar nas intenções de voto naquele país. Foram milhares os Franceses que votaram Le Pen para Presidente da França.
O fenómeno Macron também nos deve fazer refletir: primeiro, porque um político ascende meteoricamente ao poder num espaço dum ano, batendo com a porta ao partido socialista onde militou e em cujo governo foi ministro, tal como aparece Valls dizendo hoje que o partido socialista está ultrapassado e pretende candidatar-se pelo movimento de Macron; segundo, porque vimos ser fabricado um político que não se posicionou nem à esquerda nem à direita, dando a garantia Europeísta aos Franceses, o que não deixa de trazer consigo quais são verdadeiramente as ideias de Macron para a França se há bem pouco tempo era “socialista”.
Surgiu na corrida eleitoral como sendo um liberal defensor da fórmula Europeia. As bandeiras ideológicas caíram na França, tal como estão a cair um pouco por todo o mundo com estes fenómenos de base populista.
Os novos actores políticos não se coíbem em sair da democracia dos partidos para se promoverem com a democracia dos cidadãos, originando novos movimentos.
Mas sendo os partidos espaços de cidadania em acção através dos seus militantes, as viagens destes actores para originarem novos movimentos fora dos seus partidos de militância não representam fórmulas novas. Na realidade, ao saírem dos partidos que se extinguem nas intenções de voto devido ao cansaço dos cidadãos, continuam a representar as formulas antigas.
Serão estes candidatos fabricados nestas fórmulas antigas, novas fórmulas a partir do momento que vestem novas camisolas?
Aguardemos para ver os resultados na França e no nosso mundo…
A democracia dos cidadãos continua, ainda assim, a ser o motor que pode fazer respirar as novas soluções que o mundo necessita, mas não esqueçamos que os partidos são feitos também eles de cidadãos de carne e osso.
Esta autora não escreve segundo o novo acordo ortográfico.
Mafalda G. Moutinho, fundadora da plataforma Bisturi Cidadania Ativa