Em Portugal, antigamente, era assim: não havia férias para ninguém!
Bem, em termos legais, não terá sido bem assim… Portugal criou a sua primeira legislação que garantia o direito a férias aos trabalhadores em 1937, pela assinatura do seu então primeiro-ministro, António de Oliveira Salazar.
Para isso contribuiu o sentido paternalista desse primeiro-ministro, que considerava faltar aos trabalhadores portugueses a capacidade para gerir a utilização do seu salário. Acautelando o desbarato e cuidando da poupança, apostou, assim, na garantia do gozo de férias e, ao mesmo tempo, promoveu a salvaguarda de determinados valores, como a família.
Apesar desse facto, antes da Revolução de Abril, Portugal era um país eminentemente agrícola, com muitos latifúndios e população mal remunerada, que sobrevivia com base numa cultura agrícola de subsistência e que apresentava baixos níveis de alfabetização.
O gozo das férias era apenas uma miragem, que só existia no papel para uma grande maioria da população…
Surgiram, no entanto, espaços destinados ao lazer dos trabalhadores. A Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), precursora do INATEL, quase quadruplicou o seu número de sócios de 1950 até 1969. Foi nessa época que surgiu também a ideia do turismo social, das colónias de férias, do campismo, etc.
Depois da Revolução dos Cravos, contudo, o país passou por uma melhoria evidente da sua rede de transportes e, com isso, houve a fuga de uma parcela importante da população que saiu dos campos para as grandes cidades, passando a trabalhar em unidades fabris.
Com o aumento da população empregada nas fábricas, surgem e ganham importância os sindicatos e a sua luta pelos direitos no trabalho. Entre os objetivos mais visados pelos sindicatos figurou o direito às férias.
Hoje, as férias são consideradas essenciais para a recuperação física e psíquica das pessoas e são um direito consagrado pela Constituição Portuguesa, na alínea “d” do número 1 do seu Artigo 59º.
Assim, na praia ou no campo, em casa, num hotel, ou a fazer campismo, o importante é gozar desses dias para descontrair e relaxar!
E o leitor? Vai, está ou já foi de férias?