A mulher foi, é e continuará a ser uma lutadora e heroína, enquanto existir vida no nosso planeta.
Tudo o que ela conquistou teve sempre sabor a vitória, porque foi sempre conseguido com muito esforço e empenho.
Olhando para trás, podemos orgulharmo-nos pelas vitórias alcançadas pelas nossas antecessoras, desde os primórdios dos tempos, devido à sua valentia e sagacidade. Mulheres que bateram o pé ao domínio masculino, na figura do pai ou marido, e provaram com as suas atitudes e inteligência serem capazes de tomar decisões e ocupar cargos apenas atribuídos aos homens.
Muitas foram as mulheres que se destacaram e ficaram na história por se envolverem em atividades ditas masculinas, sendo consideradas pioneiras e empreendedoras com sucesso.
Nos domínios da política, da guerra, da ciência, da escrita, da aviação, cinema, música, entre tantos outros, elas deram o seu melhor e revelaram-se uma surpresa para o género masculino, que não lhes reconhecia tanta capacidade e ainda hoje assim é, mas, para a mulher, o mais importante era e é atingir metas, dobrando obstáculos e seguir em frente, na procura de mais e melhor.
Todas nós lembramo-nos de mulheres que deixaram marcas indeléveis na nossa história e contribuíram para a nossa evolução e aceitação naqueles domínios. Referindo apenas algumas, porque não caberiam todas neste texto, que pretende ser simples, enumero, por exemplo: Cleópatra, notável estrategista militar, para além de sedutora; Joana D’Arc, a heroína da guerra dos cem anos; a princesa Isabel, filha do Imperador D. Pedro II, que aboliu a escravidão no Brasil; Evita Péron, a voz do povo pobre e trabalhador da Argentina; Marie Curie, cientista, que ganhou com o seu trabalho dois prémios Nobel da física e química; a Dama de Ferro, na pessoa de Margaret Thatcher; Marilyn Monroe, que se destacou no cinema; Edith Piaf na música; Sophia de Mello Breyner Andresen na escrita; Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal… e todas nós, que, no nosso dia a dia, lutamos para vermos reconhecidos os nossos direitos e igualdade no trabalho e em casa no “faz e desfaz” quotidiano.
O trabalho doméstico a que todas nós continuamos sujeitas, considerado um trabalho invisível, porque não valorizado, deveria ser remunerado pelo Estado, hoje mais do que nunca, porque muitas mulheres se encontram sem emprego.
Enquanto mães e educadoras, temos a obrigação de mudar a mentalidade de nossos filhos, homens, no sentido da partilha das tarefas domésticas, uma vez que usufruímos todos de um mesmo espaço.
Deixámos de usar o espartilho, mas muitas mulheres, nos tempos que correm, continuam a sentir o aperto e sufoco que aquele provocava, calando e aceitando serem maltratadas em casa e nos seus postos de trabalho. Se atingimos tantas vitórias, temos obrigação de não permitir abusos de autoridade e violência física ou psíquica.
Devemos denunciar atos de violência contra a nossa integridade física, porque a nossa vida é demasiado preciosa para consentirmos agressões, sejam elas de que natureza forem.
Lembrem-se do nosso poder dissuasor, das vitórias conseguidas, não baixemos os braços, levantemos a cabeça e ergamos a nossa voz bem alta, porque ainda há muito caminho a desbravar para atingirmos a igualdade na sociedade a todos os níveis, passando pela raça, cultura, religião, igualdade salarial e no trabalho.
Em 1921, o dia 8 de março, foi instituído como o Dia Internacional da Mulher e deveu-se à manifestação levada a cabo por 90 mil operárias contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação da Rússia na I Guerra Mundial, em 1917. O protesto ficou conhecido na história como: “Pão e Paz”.
Mais tarde, este dia é oficialmente reconhecido, pelas Nações Unidas, em 1977. Este dia deve servir de reflexão e admiração pelo que as mulheres conquistaram. No entanto, devemos mobilizar-nos para acabar com situações, ainda muito comuns nos nossos dias, como sejam a discriminação, abusos sexuais, violência física que tem levado à morte de muitas mulheres, no nosso país e em tantos outros. Lutar contra o trabalho precário, a carga horária excessiva, em algumas empresas, cujas entidades patronais não pagam as horas extras, sendo que muitas, nem sequer cumprem as propostas salariais, nem os contratos de trabalho.
Lutar por postos de trabalho, para muitas mulheres que se encontram em situação difícil, pela falta de trabalho que ainda é mais real, pelo facto de se ter nascido mulher.
Temos, por isso, pela frente um longo percurso a fazer, no sentido do aperfeiçoamento para uma sociedade mais igualitária e humanitária, para que as nossas mulheres do futuro se orgulhem de nós.
Deixo aqui ficar um aplauso a todas as Mulheres pela importância que têm na sociedade.