ESTÁDIOS DE ALMA: Absolutamente sintéticos!

eduardo
Eduardo Carvalho, 28 anos, Analista de estratégia em futebol

Coimbrões, 22 de Outubro de 2017,

As gentes de Santa Marinha, Gaia, acorrem ao Parque Silva Matos na esperança de ver o seu clube ultrapassar o Amarante.

Os alvinegros, recém-eliminados em casa pelos açorianos do Ideal, procuram – pelo menos – manter distâncias para este rival na fuga aos lugares de descida. Este ano, são seis as equipas que descem de divisão!

O jogo começa e cedo se percebe que ambas as equipas privilegiam o ataque rápido. O esclarecimento, porém, não era o melhor.

Nos anfitriões, destacavam-se Guilherme Gomes, Santiago Silva e Pedro Tavares, cuja velocidade e constantes trocas posicionais colocavam em sentido a defesa visitante. Apesar disso, apenas Armando revelava alguma dificuldade em controlar essas investidas, que acabavam invariavelmente anuladas graças ao bom posicionamento e simplicidade de processos da defensiva alvinegra.

Sem grandes ocasiões de golo de parte a parte, mas com ligeiro ascendente dos visitados, acaba por ser o Amarante FC a chegar à vantagem: na sequência de um pontapé de canto, Piquet sobe “ao primeiro andar” e antecipa-se com um remate de cabeça para o fundo das redes de João Diogo.

O Coimbrões respondia imprimindo mais intensidade ao seu jogo e projectando o seu lateral-esquerdo ao ponto de – muitas vezes – se fixar como um extremo num 4-2-4 em organização ofensiva.

A atitude da equipa da casa acaba por ser recompensada, alcançando o empate, por intermédio de Hélio Moreira, resultado com que se chegou ao fim da primeira parte. Na etapa complementar, o Coimbrões entrou a dominar, começando a “pensar” mais e melhor o seu jogo. Causa ou consequência disso mesmo, o entusiasmo dos adeptos de Vila Nova de Gaia “empurrava” cada vez mais o Coimbrões. O trinco Filipe Cardoso sobressaía pela classe com que iniciava a construção de jogo gaiense.

Do lado contrário, apenas Kingley conseguia – a espaços – levar a equipa para a frente, recuperando e procurando maioritariamente Paul Ayongo. O ganês movimentava-se por toda a frente de ataque à procura de espaço, mas, apenas quando recuava e tabelava de costas para os centrais, lograva perigar a defesa que equipava de verde e preto. Mas a melhor unidade amarantina acabou por ser o guarda-redes Paulo Jorge que, entre a perspicácia com que reduzia a profundidade aos atacantes e a segurança que transmitia à sua defensiva, fez a defesa da tarde ao parar um disparo de meia distância.

Era a ameaça para o que se seguia: numa das inúmeras incursões pelo flanco direito do ataque, sai um cruzamento atrasado no ataque do Coimbrões e Alex Silva remata de primeira para o fundo da baliza amarantina.

O treinador Pedro Pinto, “órfão” de alguns elementos importantes, subtrai um central e junta o júnior João Queirós – fisicamente parecido com Tiquinho Soares – a Ayongo, mas apenas o também substituto Hélder Pedro consegue mexer um pouco com o jogo. Prova disso é a excelente iniciativa individual em que recebe, pica por cima de um adversário e enche o pé, fazendo a bola passar muito perto da trave.

Foi o “canto do cisne” para o Amarante, que viu confirmada a ultrapassagem do Coimbrões no exíguo sintético onde decorreu esta partida e na tabela classificativa da Série B do Campeonato de Portugal.

Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

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