
Coimbrões, 22 de Outubro de 2017,
As gentes de Santa Marinha, Gaia, acorrem ao Parque Silva Matos na esperança de ver o seu clube ultrapassar o Amarante.
Os alvinegros, recém-eliminados em casa pelos açorianos do Ideal, procuram – pelo menos – manter distâncias para este rival na fuga aos lugares de descida. Este ano, são seis as equipas que descem de divisão!
O jogo começa e cedo se percebe que ambas as equipas privilegiam o ataque rápido. O esclarecimento, porém, não era o melhor.
Nos anfitriões, destacavam-se Guilherme Gomes, Santiago Silva e Pedro Tavares, cuja velocidade e constantes trocas posicionais colocavam em sentido a defesa visitante. Apesar disso, apenas Armando revelava alguma dificuldade em controlar essas investidas, que acabavam invariavelmente anuladas graças ao bom posicionamento e simplicidade de processos da defensiva alvinegra.
Sem grandes ocasiões de golo de parte a parte, mas com ligeiro ascendente dos visitados, acaba por ser o Amarante FC a chegar à vantagem: na sequência de um pontapé de canto, Piquet sobe “ao primeiro andar” e antecipa-se com um remate de cabeça para o fundo das redes de João Diogo.
O Coimbrões respondia imprimindo mais intensidade ao seu jogo e projectando o seu lateral-esquerdo ao ponto de – muitas vezes – se fixar como um extremo num 4-2-4 em organização ofensiva.
A atitude da equipa da casa acaba por ser recompensada, alcançando o empate, por intermédio de Hélio Moreira, resultado com que se chegou ao fim da primeira parte. Na etapa complementar, o Coimbrões entrou a dominar, começando a “pensar” mais e melhor o seu jogo. Causa ou consequência disso mesmo, o entusiasmo dos adeptos de Vila Nova de Gaia “empurrava” cada vez mais o Coimbrões. O trinco Filipe Cardoso sobressaía pela classe com que iniciava a construção de jogo gaiense.
Do lado contrário, apenas Kingley conseguia – a espaços – levar a equipa para a frente, recuperando e procurando maioritariamente Paul Ayongo. O ganês movimentava-se por toda a frente de ataque à procura de espaço, mas, apenas quando recuava e tabelava de costas para os centrais, lograva perigar a defesa que equipava de verde e preto. Mas a melhor unidade amarantina acabou por ser o guarda-redes Paulo Jorge que, entre a perspicácia com que reduzia a profundidade aos atacantes e a segurança que transmitia à sua defensiva, fez a defesa da tarde ao parar um disparo de meia distância.
Era a ameaça para o que se seguia: numa das inúmeras incursões pelo flanco direito do ataque, sai um cruzamento atrasado no ataque do Coimbrões e Alex Silva remata de primeira para o fundo da baliza amarantina.
O treinador Pedro Pinto, “órfão” de alguns elementos importantes, subtrai um central e junta o júnior João Queirós – fisicamente parecido com Tiquinho Soares – a Ayongo, mas apenas o também substituto Hélder Pedro consegue mexer um pouco com o jogo. Prova disso é a excelente iniciativa individual em que recebe, pica por cima de um adversário e enche o pé, fazendo a bola passar muito perto da trave.
Foi o “canto do cisne” para o Amarante, que viu confirmada a ultrapassagem do Coimbrões no exíguo sintético onde decorreu esta partida e na tabela classificativa da Série B do Campeonato de Portugal.
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.