O Estádio de São Miguel, em Gondomar, é o palco de mais uma fria tarde de futebol!
Gondomar SC e Amarante FC vinham de vitórias fora e em casa, respectivamente, e os indefectíveis adeptos de ambos os conjuntos esperavam prolongar a já razoável série de três e quatro jogos sem conhecer o sabor da derrota.
O jogo inicia-se com um ligeiro ascendente dos anfitriões e uma procura preferencial por Pedro Nunes. Num desses momentos, um cruzamento da direita encontra o número 11, que atrasa para Kiko Sousa, que remata colocado, junto ao poste esquerdo, com o esférico a parar no fundo das redes do Amarante.
Os visitantes tinham dificuldade em reagir e foram os da casa a criar perigo, através de nova incursão à direita, com o cruzamento a ser aliviado para canto.
Na primeira vez que conseguem circular com qualidade, os alvinegros criam perigo: um “buraco” no meio-campo defensivo gondomarense é bem aproveitado, em progressão seguida de remate – cruzado e forte – para grande defesa de Pedro Cavadas.
Desse lance resulta um pontapé de canto, com a jogada a desenrolar-se, confusa e perigosa para os amarelos e azuis, surgindo depois o alívio da defesa e iniciando-se um contra-ataque perigoso: esférico colocado em Manuel José, que passa atrasado para o Pedro Nunes, mas este remata fraco.
Segue-se nova investida do Amarante, com a passividade do eixo defensivo caseiro a permitir a combinação ofensiva, que culminou num remate à queima-roupa do guardião do Gondomar, que defende incrivelmente: terá ouvido a maior salva de palmas da tarde.
Ainda no primeiro tempo, uma má recepção de Lunácio acaba em perda de bola, mas Tiago Graça faz uma dobra impecável e impede a finalização do avançado forasteiro.
Regressados do intervalo, os comandados de Pedro Pinto pareciam querer tomar a iniciativa de jogo, mas é o Gondomar que chega novamente ao golo, com Pedro Nunes a corresponder, com um cabeceamento perfeito, a um canto de Bruno Sousa.
O Amarante “acusa” o golo e os visitados ficam perto de aumentar a diferença, num remate cruzado e colocado que culmina um contra-ataque, mas Paulo Jorge faz uma defesa monumental. Era a tarde dos guarda-redes e não foi por aí que o jogo se desequilibrou.
A verdade é que a defesa do Amarante desmoronou-se, sobretudo mentalmente, e não resistiu a novo ataque rápido gondomarense, com o avançado Francisco Sousa – muito solicitado pelos colegas – a “picar” com classe, por cima do desamparado “porteiro” visitante: estava feito o 3-0 final.
O Amarante ainda juntou Luizão ao até então muito desapoiado ponta-de-lança Paul Ayongo, mas o treinador José Alberto “fechou” o seu já sólido último reduto, acrescentando o central Rui Filipe.
As gentes de Gondomar terão motivos para se orgulhar e acreditar num brilharete desta equipa, assente numa defesa sólida – com um “redes” que transmite muita segurança -,
processos de jogo bem assimilados e flanqueadores com capacidade para desequilibrar qualquer jogo.
Já os amarantinos terão de esperar por bastantes melhorias para poder voltar a sonhar com o “regresso” a momentos felizes como viveram num passado muito recente, em que disputaram a subida de escalão e chegaram aos oitavos-de-final da Taça de Portugal!
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.