Depois de, na passada semana, termos acompanhado um duelo entre líder e vice-líder, esta jornada, viajámos até ao pólo oposto da tabela classificativa.
O Estádio 1º de Dezembro, em Foz do Sousa, acolheu com expectativa o duelo entre o emblema da casa e o Aliança de Gandra, um confronto entre último e penúltimo da Série B do Campeonato de Portugal.
Neste encontro da 16ª jornada da competição joga-se mais que os três pontos, costumando estes confrontos directos ser importantes, não só na confiança das equipas para as jornadas seguintes, mas também nas contas finais do campeonato, nomeadamente, em caso de empate pontual.
No sintético do UD Sousense, o árbitro dá o apito inicial para um jogo que seria pautado, globalmente, pelo equilíbrio. O Aliança de Gandra começou por ter um ligeiro ascendente, mostrando-se, positivamente, mais agressivo e intenso em posse.
São, no entanto, os anfitriões que conseguem criar perigo, com um dos seus avançados a isolar-se mas, perante a pressão de um defensor e a mancha do guarda-redes, Rica, perderam a oportunidade de inaugurar o marcador.
O jogo continua muito equilibrado, com um pouco mais de rasgo por parte dos que se deslocaram de Paredes, mais rápidos sobre a bola. Os anfitriões, contudo, não deixam de tentar construir através de razoáveis combinações.
Todavia, praticamente, não havia remates enquadrados de ambas as partes, muito contando para isso a menor fluidez de passe – especialmente no último passe – de parte a parte.
A etapa complementar começou com uma toada muito semelhante à que pautou o primeiro período, nomeadamente, na fase inicial.
Os forasteiros foram os primeiros a ameaçar, com uma incursão – seguida de cruzamento – pela esquerda, mas Jorginho não consegue a emenda e Tanela, após rodopiar, remata às malhas laterais.
A resposta surgiu por Litos, um dos mais acutilantes dos visitados – com grande pendor ofensivo -, em slalom individual pelo flanco esquerdo, a rematar de ângulo apertado, mas o guardião visitante posiciona-se bem e consegue defender.
Logo a seguir, surge o golo solitário: lance de insistência ofensiva do Sousense, com a defesa dos comandados de Mário Rocha a não conseguir afastar o perigo, e a bola sobra para Luís Costa, cujo remate desvia num defensor dos vermelhos e brancos, acabando por entrar na baliza.
O Aliança procurava reagir, mas sem grande clarividência, principalmente, na movimentação sem bola. Com o aproximar do fim do jogo, os seus jogadores iam perdendo o discernimento, emperrando o seu jogo com passes e cruzamentos longos e raramente precisos.
Numa das raras excepções a essa regra, Jorginho não consegue corresponder a um bom cruzamento da esquerda, do nem sempre eficaz mas muito empreendedor, Vilaça.
Já os anfitriões, após o seu treinador refrescar a equipa com dois novos elementos, adoptam uma postura mais defensiva, conseguindo controlar as investidas contrárias à custa de uma boa leitura de jogo e antecipação. Ao mesmo tempo, tentavam explorar as costas da defesa adversária, recorrendo, sobretudo, a alguns passes em profundidade e beneficiando de algumas saídas em falso do guarda-redes Rica.
Os contra-ataques sousenses saíam com critério, saindo da pressão adversária em tabelas, com o suplente Rogério Silva a ser muito importante nesse capítulo, tirando partido do seu excelente pé canhoto e baixo centro de gravidade.
O jogo terminou com um natural aperto final da equipa que estava em desvantagem, sem que quaisquer dos pontapés de canto, cruzamentos e finalizações tenham perigado a baliza de Ivo Coimbra.
O Sousense consegue ultrapassar o Aliança de Gandra, que é agora o lanterna vermelha da competição, mas ambos os clubes mostraram – neste jogo – potencial para subir um pouco na tabela classificativa!
Surpreendentemente, o técnico Paulo Meneses abandonou o comando técnico sousense após esta partida, deixando a equipa com uma vitória e exibição que abrem boas perspectivas para o sucessor enfrentar o que resta do campeonato.
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.