ESTÁDIOS DE ALMA: Maré leixonense inunda Pedroso em reconstrução

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Eduardo Carvalho, 28 anos, Analista de estratégia em futebol

Num encontro a contar para a jornada 23 da Ledman Liga Pro, o líder FC Porto B recebeu o quinto classificado Leixões SC. O Estádio Municipal Dr. Jorge Sampaio, em Pedroso (Vila Nova de Gaia), acolhia um jogo entre rivais portuenses, com os forasteiros a contarem com uma enorme falange de apoio.

O jogo começa com algum desacerto no passe, de parte a parte.

Nos comandados de António Folha, cedo Diogo Dalot se assumiu como o principal desequilibrador, não raras vezes fazendo uso da sua excelente recepção e capacidade para ultrapassar os adversários com uma simplicidade incrível.

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Foto: Eduardo Carvalho

O Leixões, agora orientado por Ricardo Malafaia, contrapunha com uma frente de ataque muito dinâmica, com Bruno Lamas “vagabundo” a deambular por onde pudesse pegar na “batuta” e lançar Derick Poloni, Rúben Belima e Kukula, muito fortes a explorar o espaço nas costas da defesa e em condução, quando em ataque rápido.

Os visitantes, que desperdiçaram várias oportunidades na primeira parte, conseguiram chegar à vantagem por intermédio de Belima, que se desmarca, recebe o passe, dribla e finaliza com muita classe. Um gesto técnico a fazer lembrar Leo Messi. O jogador que fez grande parte da formação no Real Madrid ainda falharia o golo num lance muito semelhante.

O guardião do Porto B, Diogo Costa, foi, também ele, protagonista, fazendo uma boa “mancha” a Poloni primeiro e com uma defesa espectacular, por instinto, em resposta a um cabeceamento frontal.

Ao intervalo, o treinador portista fez entrar Oleg Reabciuk para o lugar de Musa Yahaya, passando definitivamente Dalot – que já mudara de flanco no final do primeiro período – para o seu corredor de eleição, fixando-se o luso-moldavo do lado contrário.

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Foto: Eduardo Carvalho

Os Dragões entraram para a segunda parte decididos a virar o resultado, mais objectivos no processo ofensivo e explorando mais e melhor o jogo exterior.

Os Bebés do Mar, pelo contrário, privilegiavam o contra-ataque. Exemplo disso foi a recuperação, seguida de excelente movimento de fora para dentro e remate de Bruno Lamas, com a bola a passar ao lado do poste direito da baliza de Diogo Costa.

O paraguaio Santiago Irala, no segundo tempo mais descaído na esquerda, era o elemento mais perigoso dos azuis e brancos, quer no cruzamento quer na forma como se movimentava entre a faixa e o centro do ataque.

Mas era ao jovem prodígio Diogo Dalot que estava destinado o papel de desequilibrador deste jogo. O empate iniciou-se precisamente num excelente trabalho deste pela direita, seguindo-se uma sequência de ao primeiro toque, com Bruno Costa a deixar em Baró e o luso-guineense a assistir Santiago Irala para o empate.

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Foto: Eduardo Carvalho

Pouco depois, uma das melhores jogadas do encontro, com Irala a combinar com Dalot e Baró a devolver ao avançado paraguaio, que dispara uma “bomba” de pé esquerdo à barra da baliza leixonense.

O Leixões procurava dominar a posse, mas eram os da casa que continuavam mais perigosos. Oleg trouxe mais profundidade à asa esquerda portista e o recém entrado Madi Queta endossou-lhe um centro perfeito, mas o cabeceamento do lateral foi travado pelo guarda-redes André Ferreira, que agarra o esférico em voo.

Pouco depois, o FC Porto B chegou mesmo à vantagem, novamente numa jogada de Diogo Dalot pelo corredor direito, ganhando a linha de fundo e cruzando para o espaço, com o Oleg a encostar para golo.

Já com o experiente Bruno China, o criativo Breitner e o avançado Evandro Brandão em campo, o Leixões acercava-se da grande área portista, dominando em posse, mas a defesa anfitriã conseguia fechar todos os caminhos para a sua baliza, defendendo até ao final num bloco baixo, mas não deixando de sair em transições rápidas e criteriosas, colocando constantemente em sentido a desguarnecida defensiva visitante.

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Foto: Eduardo Carvalho

O jogo terminou com vitória dos líderes do campeonato, um triunfo particularmente importante pela derrota na ronda anterior, pela recente saída dos influentes Jorge Fernandes, Fede Varela, Galeno e André Pereira e pela reviravolta lograda!

Os matosinhenses já não perdiam há seis jornadas e, apesar da perda da “pérola” Stephen Eustáquio, recrutaram o consistente Sérgio Semedo para o seu lugar e ainda acrescentaram ao plantel extremos promissores como Medarious ou Sancidino Silva. Além disso, continuam a quatro pontos dos lugares de subida e com boas perspectivas nessa mesma luta!

Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

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