Cartas de amor quem as não tem? Cartas de amor, pedaços de dor sentidas de alguém. Cartas de amor, andorinhas que, num vai e vem, levam bem saudades minhas por ti, meu querido amor.
Onde andam as cartas de amor, nos dias de hoje? Que fizeram à magia que elas carregavam em suas palavras, que se entrelaçavam num hino ao amor?
Eu escrevi muitas cartas de amor na minha juventude por ser uma mulher eternamente apaixonada e que ama a escrita, como amei algumas pessoas que pela minha vida passaram. Hoje continuo a escrever cartas de amor que vou guardando, na esperança de um dia encontrar quem as mereça.
Hoje os jovens vivem o amor de uma forma tão lamentavelmente agreste!
Será que eles sabem o que é amar? Assistimos, infelizmente, à violência no namoro, tanto física como psicológica. Tanto dizem que se amam, como a seguir se agridem, com palavras e bofetadas. O que é isto? O que se passa convosco juventude?!
Amor não consente violência de espécie alguma. Amar é respeitar, é querer bem, é querer estar sempre junto de quem, e por quem, o nosso coração bate mais forte.
Amar é proteger a pessoa que amamos, é fazer tudo por ela, é querer tê-la sempre por perto. Senti-la ao nosso lado e, mesmo quando ela está longe, sabermos que a temos dentro do nosso coração.
Quando o amor de nossas vidas não está por perto, as cartas de amor são um conforto e uma ponte que diminui a distância entre dois seres que se amam. Mesmo quando unidos, as cartas recheadas de palavras de afeto, deveriam fazer parte do relacionamento entre pessoas casadas, porque elas têm o condão de manter a chama do amor acesa.
Pequenos poemas de amor que saem de nossas almas, colocados em sítios inesperados, como o espelho da casa de banho, sobre a almofada do leito de amor, no banco do carro, no bolso de uma peça de vestuário, todos estes pequenos grandes gestos, alimentam a chama do amor.
Não deixem o vosso amor morrer por descuido, por falta de atenção.
O amor é como um caudal de um rio, que tanto corre serenamente, como, por vezes, se agita em cálidos e apaixonantes movimentos, e este rio corre com um único intuito, alcançar as águas que o aguardam com ansiedade, junto à foz, onde outro rio o quer abraçar. Quando o encontro se concretiza, a alegria é tão intensa, a entrega é tão desejada, que se envolvem em movimentos impetuosos e sôfregos de tanto desejo que, por momentos, que se querem longos, as águas se fundem numa só onda de amor e os dois caudais são transportados ao paraíso, onde só há espaço para o amor na verdadeira aceção do termo e para gestos e atitudes gentis e doces.
Amor é mais que desejo carnal! Amor é um sentimento transcendental, que está muito para além da explicação lógica e cientifica.
«Ninguém é de ninguém», diz a letra de uma canção e muitas pessoas que vou encontrando na minha vida. Contudo, eu gostaria que estas pessoas me dissessem se quando amam de verdade, não se importam de partilhar a pessoa que enche as suas almas e seus corações com qualquer outra pessoa. Muitas diriam que «não», outras que «sim», enfim, «o coração tem razões que a própria razão desconhece», segundo as palavras de Blaise Pascal.
No entanto, na minha modesta opinião, amor é para ser vivido a dois e não a três ou quatro. Desculpem-me, por assim pensar, mas não consigo amar dois homens ao mesmo tempo. O meu coração só tem lugar para uma só pessoa, de cada vez.
Sugiro aos jovens que escrevam cartas de amor, mas com palavras bonitas e sentidas.
Não enviem e-mails, escrevam em papel belas declarações de amor, se não as quiserem endereçar por correio, façam-no pessoalmente.
Palavras leva-as o vento, mas quando escritas elas perduram e, se as guardarmos como um tesouro, o tempo passa, mas elas estão ali à mão para que as possamos ler e reler e, quantas vezes, matar saudades.
Conheci uma senhora, já com uma idade respeitável, viúva, que tinha uma pequena caixa, onde guardava as cartas de amor que o seu marido lhe fora escrevendo pela vida fora. O papel amarelecido exercia sobre ela um fascínio tão grande e os seus olhos brilhavam, de lágrimas e de amor, por alguém, que não estando presente, também não estava ausente, porque se encontrava naqueles pedaços de papel, escritos à mão, recheados de palavras de um verdadeiro e sentido amor.
Tive o privilégio de ler algumas e fiquei maravilhada com cada palavra, com juras de amor e fidelidade que foram vividas e sentidas.
Esta semana encerro a minha opinião com uma carta de amor e a canção interpretada pelo nosso querido Tony de Matos com o título: «Cartas de amor».
«Olá meu amor, como estás? Onde andas que te sinto a falta? Perdoa-me por necessitar tanto dos teus beijos, das tuas doces palavras de amor, sussurradas ao meu ouvido, enquanto me fazes feliz e tua. Ainda agora nos despedimos, num abraço e beijo tão intensos, e já a tua ausência me provoca dor. Tu, meu amor, és a luz dos meus olhos, sem ti por perto, sinto-me perdida e sem norte. Adoro o jeito como me olhas, os elogios que teces em relação a mim, a tua preocupação com o meu bem-estar. Fico enternecida, quando queres estar bem para mim, isso faz-me sentir que sou alguém importante para ti. Amo-te tanto, que te digo muitas vezes, que para mim, estás sempre bem. Contudo, tu gostas de caprichar só para me agradares. Gosto do teu sorriso de menino traquinas. Amei as rosas vermelhas e os bombons que me deixaste, com o teu doce e sôfrego beijo. Obrigada por me fazeres tão feliz. Beijo meu amor e até já.»