O Estádios de Alma desta semana regressou a Coimbrões para um duelo entre o oitavo classificado e o Salgueiros, antepenúltimo classificado à partida para a 23ª jornada do Campeonato de Portugal. A tarde chuvosa fazia antever muitas dificuldades para as equipas desenvolverem o seu jogo, especialmente a turma que se deslocou da freguesia de Paranhos.
A verdade é que ambos se acabaram por adaptar rapidamente ao crescente peso do sintético do Parque Silva Matos, adoptando um estilo prático e combativo, que privilegiava a celeridade na chegada às imediações da grande área.
Os visitantes começaram mais perigosos, ganhando a maioria dos duelos a meio-campo, algo que se acentuou com a saída madrugadora de Felipe Cardoso, o pivô de todo o futebol gaiense. Para o seu lugar entrou o veterano Flávio Igor, formado no FC Porto e com um “trote” à André André, que assumiu uma posição mais adiantada em campo. Ofensivamente, a equipa não perdeu muito, logrando aproximar-se mais da área adversária, prejudicando, contudo, a filtragem das transições salgueiristas.
Os comandados de Manuel Monteiro – muito interventivo na sua área técnica – criavam perigo em contra-ataques bem gizados, curiosamente, o ponto forte da equipa da casa. O Coimbrões contava com a velocidade dos experientes Pedro Tavares e Ludgério Silva, que iam trocando de flanco entre si, mas ambos não estiveram inspirados neste jogo, especialmente, o são-tomense.
O intervalo chegou sem que nenhuma das equipas aproveitasse as inúmeras situações de bola parada de que dispuseram.
A etapa complementar iniciou-se com mais iniciativa por parte dos forasteiros, com os verdes e pretos com mais espaço para explorar a profundidade, mas a pecar na finalização. Seria mesmo o Salgueiros a abrir o marcador, numa jogada confusa dentro da área do Coimbrões, com Danielson Trindade a ser o mais esclarecido e a confirmar o golo.
Os visitantes aproveitaram o ímpeto da vantagem e subiram a intensidade, procurando um tento que lhes desse mais tranquilidade.
A pressão em zona adiantada e o posicionamento defensivo foram argumentos que os salgueiristas impuseram neste período, evitando o perigo das arrancadas dos extremos locais. Sempre que fugiam à teia montada pelos forasteiros e logravam o contra-golpe, os comandados de José Bizarro falhavam na definição, nomeadamente, no último passe.
Do outro lado, a alma salgueirista transformou a contrariedade da lesão de Vieirinha em determinação, sendo mesmo o seu substituto Dinghao Yan a fechar o marcador, na sequência de uma recuperação de bola seguida de abertura em Stanly, que progrediu pela asa direita e cruzou para o espaço, aparecendo depois o jovem chinês a finalizar.
A partida termina com a vitória do Salgueiros e a sua entusiasta falange de apoio a cantar “… um dia voltaremos à primeira divisão”. Foi o segundo triunfo consecutivo da turma de Paranhos, alargando para quatro a série invicta, o que é particularmente animador para quem luta pela manutenção.
O Coimbrões, apesar deste desaire, continua a fazer um campeonato tranquilo, mantendo um saldo muito positivo de vitórias no seu reduto – apenas três equipas arrecadaram os três pontos.
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.