O Estádios de Alma voltou, esta semana, ao Estádio 25 de Abril, para a recepção do FC Penafiel ao CD Santa Clara, a contar para a jornada 30 da Ledman LigaPro.
Tratava-se de um duelo entre segundo e terceiro, valendo, por isso, mais do que três pontos, estando igualmente em jogo um potencialmente decisivo confronto directo numa batalha pela promoção ao primeiro escalão.
Perante um jogo com este nível competitivo e um horário aparentemente muito razoável, é de lamentar que apenas 1133 espectadores se deslocassem a um estádio com boas condições quer para os praticantes, quer para o público.
Num jogo entre históricos deste campeonato, era de esperar que ambos os conjuntos optassem pela habitual objectividade na construção ofensiva, o que cedo se confirmou.
Curiosamente, ambos vinham de vitórias frente ao Sporting B, os visitantes goleando nos Açores e os visitados vencendo um jogo épico em Alcochete. A equipa da casa apareceu, contudo, mais confiante e assertiva, tomando completamente conta da partida a partir do quarto de hora.
A meio da primeira parte, Vasco Braga recebe o passe atrasado de Fábio Fortes e progride até desferir um centro-remate, com Fábio Abreu a fazer a recarga e a inaugurar o marcador.
Ambas as equipas procuravam processos simples para chegar ao ataque, mas do lado insular era quando a bola chegava a Minhoca que aumentava a qualidade técnica e criativa no plano ofensivo. O baixinho, regressado esta época à Ponta Delgada natal, aparecia muito agarrado à asa esquerda, longe do corredor central e das zonas de decisão, onde poderia fazer a diferença.
Os anfitriões que viram José Gomes sair lesionado – entrando Daniel Martins para o seu lugar -, eram comandados pela mestria do pé esquerdo de Gustavo Costa – emprestado pelo Portimonense -, bem acompanhado pelo seu clone técnico: Gleison.
Ao intervalo, Carlos Pinto alargou a frente de ataque, fazendo entrar o experiente avançado Clemente em substituição do trinco Diogo Santos. Todavia, os planos do técnico oriundo de Paços de Ferreira sofreram um duro revés, com uma grande penalidade assinalada por alegada falta do seu guarda-redes e convertida por Gustavo.
Os forasteiros procuraram, ainda assim, reagir mas com os penafidelenses Vasco Braga e o capitão, Romeu Ribeiro, muito bem a filtrar as tentativas de chegada à área do guardião Ivo, só o logravam na sequência de lances de bola parada.
A figura da turma que se apresentava de equipamento alternativo, Thiago Santana, mostrava presença e boa movimentação entre os centrais durienses, mas estava em dia sem inspiração na finalização. Os rubro negros começaram, então, explorar o contra-ataque, mas falhavam no momento do último passe, melhorando quando voltaram a um registo de controlo pela posse, voltando a simplificar o seu processo ofensivo e tornando-se mais eficazes no passe e no cruzamento.
O ritmo do jogo, que até estava a crescer de intensidade, abrandou com algumas paragens para assistência a jogadores de ambas as equipas. Na melhor jogada de bola corrida do Santa Clara, o recém entrado Paulo Grilo combina com Santana, mas o português rematou às malhas laterais da baliza do guardião Ivo Gonçalves.
Na jogada seguinte, os visitados acabaram com o jogo, num contra-ataque finalmente
bem definido, com o inevitável Gustavo a libertar no último momento em Fábio Fortes, que recebe na direita, puxa para o pé canhoto e remata colocado, junto ao poste direito da baliza açoriana.
Nada saía bem aos visitantes, praticamente não conseguindo ligar o seu jogo, com os comandados de Armando Evangelista a controlar tranquilamente a partida até ao fim.
Com este triunfo, o Penafiel chegou à liderança da tabela classificativa, algo impensável nas primeiras jornadas de um campeonato em que chegou a estar abaixo da “linha de água”.
O Santa Clara podia ter ultrapassado o seu adversário desta jornada, mas fica a apenas quatro pontos do primeiro lugar, tendo ainda um jogo a menos, pelo que continua bem dentro da luta pela Liga NOS.
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.