Até que a morte os separe. E antes da morte juram fidelidade e lealdade.
São votos vomitados no mundo católico em dia de matrimónio. Mas fora do mundo católico também se fazem juras semelhantes: vamos ficar juntos para sempre, ter filhos e quem sabe até casar.
Até que surgem os problemas do foro económico, afectivo ou até do mais imprevisível de todos: a Saúde!
A doença tal como a morte, não se faz anunciar. No entanto, é generosa em relação à morte, porque nos vai deixando múltiplos sinais, na maioria dos casos, noutros é silenciosa…
Quantos homens e mulheres vêm os seus companheiros desaparecer quando a doença bate à porta?
É hediondo imaginar que um ser humano é capaz de abandonar outro, quando este está fragilizado e mais precisa de apoio. Mas é real e não é assim tão incomum como podemos pensar.
Os hospitais gravam histórias de vida, algumas inspiradoras outras que nos deixam no chão…
Devo dizer-lhe que se este foi o seu caso, o ditado popular faz sentido: mais vale só que mal acompanhada (o).
Quem não sabe lidar com o sofrimento e o rejeita na sua arrogância e egoísmo abdominal jamais será capaz de partilhar consigo seja o que for sobretudo estes momentos em que necessita de um pilar.
Não perca um segundo de sofrimento por essa pessoa agora que necessita de todas as suas forças e lute, porque um dia vai olhar para trás e verá que os dias mais bonitos foram aqueles em que lutou por si mesma (o).
Da doença falemos dos problemas económicos.
Do dia para a noite, um dos membros do casal fica sem emprego. É comum em muitos destes casos, essa pessoa não só deprimir-se como acomodar-se a este novo estado ou ausência de estado de vida.
O parceiro fica encurralado, vê a pessoa enérgica que ama desaparecer a pouco e pouco e as juras de outrora rapidamente darão lugar a discussões e a uma inevitável separação, mais tarde ou mais cedo.
Dos problemas económicos passemos ao foro afectivo.
O marido ou a esposa que trai o outro, ou ambos.
Duas bocas que juraram ser únicas mas que afinal beijam tantas outras.
Bom, este último caso oferece-me algumas náuseas abdominais e, como tal, não o consigo descrever.
Saibamos viver o dia a dia com pragmatismo, porque de votos e de juras de amor, cada vez menos vive a maioria dos homens e das mulheres!
Tudo é imprevisível, nada é certo…
Esta autora não escreve segundo o novo acordo ortográfico.