É tão simples ser feliz que poucas são as pessoas que acreditam neste facto.
Melhor que ninguém só mesmo as crianças acreditam em mim, porque sabem, por experiência, como a felicidade é um bem ao alcance de quem quiser.
Fui convidada para estar no evento “Ao Ritmo da Música”, organizado pela equipa terapêutica do Agrupamento de Escolas Dr. Vieira de Carvalho, na Maia, e fiquei maravilhada, pela organização, pelo espaço e pelos seus intervenientes.
Foi o 3º Encontro Interunidades, organizado por aquele agrupamento, para os alunos com necessidades educativas especiais, que contou com a presença de cerca de 300 alunos.
A música executada na excelência, a pintura feita com pinceladas de luz e sorrisos, o vestir de personagens que nos encantam através do teatro, a dança e sua envolvência musical, os insufláveis com o seu chamamento de regresso à infância e os imensos sorrisos nos rostos de crianças e jovens, que são uma lição de vida para todos nós, porque, apesar das suas limitações, conseguem ser felizes e transmitir que não precisamos de quase nada para sorrirmos de puro contentamento.
Felicidade foi o que senti ao ver a chegada de tantos jovens, muitos deles em cadeiras de rodas, mas com rostos iluminados por sorrisos francos de pura satisfação.
Merecem o apreço de todos nós os professores e terapeutas que tudo fazem, por estas crianças e jovens, para que se sintam ativos, criativos e iguais, ainda que especiais, e fazendo parte de um todo.
Especiais, porque são de uma sensibilidade para as artes, que me emociona, pela beleza de muitos dos trabalhos que saem das suas mãos, como desenho, pintura, e trabalhos manuais, e feitos com alguma minúcia e muita paciência e entrega.
Foi bom ver muitos alunos sem deficiência a colaborarem no evento, e desta forma, interagirem com os seus colegas de forma solidária e cooperante, desenvolvendo, todos juntos, estratégias sociais e de autonomia e inclusão. Unidos na diferença, aprendemos muito mais com a diversidade e as dificuldades.
A inclusão na comunidade e qualidade de vida são objetivos comuns a todos nós, então, no ensino, deverão existir oportunidades que propiciem a todos os alunos aprendizagens significativas para adquirirem o máximo de independência possível e participação na comunidade.
A Declaração de Salamanca, da UNESCO, consagra os princípios fundamentais das escolas inclusivas referindo que este «(…) consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. As escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respetivas comunidades.»
É tão simples ser feliz, através do bom desempenho de nossas funções como profissionais, como cidadãos, permitindo o bem-estar e a inclusão de todos.
Felicito, uma vez mais, o trabalho, a dedicação, a organização desta equipa de terapeutas do Agrupamento de Escolas Dr. Vieira de Carvalho, que, com o seu profissionalismo, conseguem todos os dias que os alunos com Necessidades Educativas Especiais se sintam integrados na comunidade e ainda os presentearam com um Encontro Maravilhoso, porque de grande entrega e felicidade.
Eu também partilho da opinião: “Todos para a Escola” e uma “Escola para Todos”.