LIGAS DE REFERÊNCIA: Começar o ano a embalar para o objetivo

O primeiro “Ligas de Referência” de 2019 faz a antevisão da recepção do CD Aves ao FC Porto, num encontro a contar para a jornada 15 da Liga NOS.

Em 12 jogos oficiais entre as duas equipas, apenas por uma vez os portistas não ganharam, com um empate conseguido precisamente no jogo homólogo da época passada. Esse resultado atesta o crescimento dos avenses na última temporada, que resultou mesmo no primeiro título: a vitória na Taça de Portugal.

Mais do que o histórico recente, importa o momento das equipas.

Os avenses, após um mau arranque, conseguiram seis vitórias em oito jogos, entre Outubro e Novembro. Dezembro não confirmou essa recuperação, com uma irregularidade exibicional a refectir-se nos resultados. O Aves é 16º e antepenúltimo da Liga NOS.

No compromisso anterior, um empate contra o Benfica acabou por ser insuficiente para apurar a equipa para a final-four da Taça da Liga, mas a boa exibição colectiva foi aplaudida pela crítica e trouxe uma renovada motivação para este jogo.

O FC Porto, por seu turno, teve um arranque bastante competente, com a conquista da Supertaça, precisamente frente ao adversário desta noite. Depois disso, passou também por um ciclo oscilante, alternando exibições contundentes e reviravoltas conseguidas, com outras pouco conseguidas e reviravoltas consentidas: uma total, na recepção ao Vitória SC e outra parcial, no jogo caseiro frente ao Desportivo de Chaves.

A derrota frente ao grande rival, no Estádio da Luz, foi reconhecidamente o clique para uma série de 16 triunfos, a maior da história do clube. Mais do que o recorde, este ciclo comprova que a cultura de vitória desta equipa, resgatada na época passada e consubstanciada pelo título de campeão nacional, está completamente enraizado.

Acredito que, pelas características dos melhores jogadores, os comandados de José Mota beneficiariam com uma estrutura de 4-4-2 em losango, que se poderia transformar num 5-3-2 em momento defensivo e 4-3-3 em organização ofensiva.

Esse losango preferencial permitiria potencializar a qualidade de Nildo na transição defesa-ataque, explorando a projecção e qualidade na definição dos laterais ofensivos Rodrigo e Vítor Costa, e a profundidade do explosivo Mama Baldé, qual clone de Marega. Em organização defensiva ganha protagonismo a versatilidade e cultura táctica de El Adoua; enquanto que em ataque posicional é a qualidade técnica de Rúben Oliveira e Vítor Gomes que mais pode sobressair, na procura de desequilíbrios para si e para Baldé e Derley.

A turma de Vila das Aves tem um plantel com soluções e profundidade para sair desta posição na tabela classificativa. Segundo esta prelecção, seria possível lançar opções como o criativo Luis Fariña ou o velocíssimo Amilton no decorrer da partida.

CD DESPORTIVO DAS AVES

André Ferreira
Rodrigo Soares, Carlos Ponck, Jorge Fellipe, Vítor Costa
El Adoua
Vítor Gomes, Nildo Petrolina
Rúben Oliveira
Mama Baldé, Derley

SUBS.: Beunardeau, Diego Galo, Nélson Lenho, Cláudio Falcão, Luis Fariña, Amilton, Bruno Gomes

Num jogo em que uma vitória garante uma importante almofada pontual, especialmente relevante para quem está em prova em todas as quatro frentes, parece-me mais adequada a adopção de uma estratégia paciente por parte do FC Porto. Assim, a inclusão de Óliver Torres no onze inicial seria crucial, retirando um dos extremos – Brahimi tem estado menos fulgorante – e derivando Marega para a ala, estimulando as suas constantes e explosivas diagonais.

Dessa forma, a equipa poderá variar mais o seu jogo, entre uma organização apoiada e o ataque rápido e vertical. Por outro lado, controlará melhor a transição e contra-ataque adversário, os seus principais pontos fortes, sendo os avenses um dos melhores do campeonato nesses aspectos.

FC PORTO

Casillas
Maxi Pereira, Felipe, Militão, Alex Telles
Danilo Pereira
Herrera, Óliver Torres
Marega, Soares, Corona

SUBS.: Fabiano, João Pedro, Mbemba, Otávio, Brahimi, Hernâni, André Pereira

Conseguirá o Desportivo das Aves sair da zona de descida? Irá o FC Porto cavar um fosso decisivo rumo a um possível bicampeonato?

Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

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