(“Stranger Things”, 4.ª temporada, Vol. 2)
É agora ou nunca! Hawkins, tal como a conhecemos, não é a mesma. Durante 7 episódios, um novo vilão aterrorizou tudo e todos e os seus planos maléficos ainda não acabaram. Se pensam que viram tudo da 4.ª temporada do sucesso global “Stranger Things”, enganam-se, porque o massacre ainda vai continuar. E não dá descanso aos nossos heróis, que, mais uma vez, têm de fazer de tudo para acabar com o pesadelo, antes que seja tarde de mais.
Entre encontros alucinantes, entre insanidade e muito Mundo Invertido à mistura, estes dois últimos episódios chegaram com uma qualidade cinemática estupenda, onde os efeitos visuais, mais uma vez, não desiludem. A interpretação dos actores volta a ser um dos pontos fortes e a narrativa não fica aquém das expectativas, balançando entre momentos de soltar a lágrima com momentos de pura adrenalina, apresentando um desfecho narrativo que pode não agradar a todos mas é o justo para uma temporada sangrenta. A duração dos episódios é maior, portanto, estamos perante dois filmes, por assim dizer. O tom é sombrio como tem de ser. A luminosidade ajuda ao tom dos episódios, sendo que estes assumem tons mais negros e vermelhos, quando estamos no “Upside Down”, a contrastar com as cores vivas do mundo real. As músicas usadas trazem-nos nostalgia.
Se ainda não viram os episódios finais, agarrem-se ao televisor ou a um ecrã mais próximo. Se não viram ainda toda a série, vejam. É um facto que os irmãos Duffer criaram um triunfo criativo capaz de perdurar através de gerações.
Um imenso obrigado por tudo o que nos deram até agora. Todos os choros, todas as lágrimas, todos os gritos de vitória, todas as mortes, todo o sofrimento e todas as glórias. “Stranger Things” é muito mais que uma série. Arrisco dizer que é um dos monumentos mais sólidos da Netflix e dos mais detalhados. A batalha ainda agora começou e o princípio do fim chegou para nos atormentar a todos. Com a 5.ª temporada a marcar o fim da série e com a ameaça a pairar sobre Hawkins e toda a população, avizinha-se uma verdadeira hecatombe, muito maior do que todos imaginam e onde cada um tem de lutar com tudo o que tem para sobreviver. O tempo dos finais felizes à lá Disney não existe. Estamos a lidar com o mundo real e, no mundo real, nem sempre as coisas acabam bem.
Estrelas: 10 em 10
Este autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico.