Porquê que os jornalistas estão em greve?

‘Os jornalistas devem ser imparciais e sérios… os jornalistas nunca são notícia… os jornalistas têm de cobrir os acontecimentos e dizer a verdade…’

Hoje, os jornalistas foram notícia. Hoje, os jornalistas fizeram ouvir a luta pelos seus direitos. Hoje, quase 50 órgãos de comunicação social estiveram parados a 100% e mais de 10 outros meios foram afetados significativamente por uma greve (até à hora de publicação deste texto). Esta foi a primeira greve geral de jornalistas portugueses em mais de 40 anos. Hoje, aqueles que noticiam as greves das mais variadas profissões fizeram uma paralisação.

Já imaginaram como seria o mundo sem notícias? Televisão ligada: Silêncio… Rádio ligada: Silêncio… Jornais impressos sem estarem nas bancas… Jornais online sem atualizações… O que sentiriam ao deparar-se com este cenário?

Numa altura em que a Democracia em Portugal está prestes a assinalar 50 anos, os jornalistas lutam por melhores condições de trabalho para continuarem a exercer uma profissão que é o garante da liberdade.

Os jornalistas são os especialistas em verificar a informação sobre os mais variados assuntos e, até à meia-noite, estão em greve, porque: “Jornalistas sem direitos não são livres”.

Os jornalistas exigem:

  • Aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial da remuneração dos freelancers;
  • A garantia de um salário digno à entrada na profissão e de progressão regular na carreira;
  • O pagamento de complementos por penosidade, trabalho por turnos e isenção de horário;
  • A remuneração por horas extraordinárias, trabalho noturno, e em fins de semana e feriados;
  • O fim da precariedade generalizada e fraudulenta no sector, pelo recurso abusivo a recibos verdes e contratos a termo;
  • O cumprimento escrupuloso das leis do Código de Trabalho, incluindo a garantia do equipamento técnico necessário, em particular para a captação de imagem e som;
  • O cumprimento escrupuloso do Contrato Coletivo de Trabalho da imprensa e a generalização da contratação coletiva para o setor audiovisual e da rádio;
  • A justa remuneração de quem cumpre o estágio obrigatório para o acesso à profissão;
  • Condições humanas e materiais para a produção noticiosa, cumprindo princípios éticos e deontológicos;
  • A intervenção do Estado na garantia da sustentabilidade financeira do jornalismo;
  • A revisão das estruturas regulatórias da comunicação social e do jornalismo, garantindo a sua atualização e capacidade para salvaguardar a qualidade da informação.

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