Há 50 anos, o país acordava para um dia histórico.
A noite de 24 para 25 de abril de 1974 foi longa e a rádio teve um papel fulcral. Pelas 22h55, foi transmitido o primeiro sinal de que algo estava prestes a mudar.
Tocava “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, que tinha sido a música vencedora do Festival da Canção desse ano e funcionava como um sinal secreto para a saída das tropas dos quartéis. Meia hora depois, noutra estação, a escolhida foi a canção de Zeca Afonso “Grândola Vila Morena”, que confirmava o arranque da revolução.
Além disso, foi também através da rádio que foram ouvidas as primeiras notícias sobre os acontecimentos e as reações de quem acompanhava a revolução.
Em menos de 24 horas, forças militares ocuparam pontos estratégicos em Lisboa e derrubaram a ditadura do Estado Novo. O golpe de Estado foi encabeçado por um grupo de jovens capitães (Movimento das Forças Armadas) que pretendia repor o prestígio das Forças Armadas e a defesa da democracia como solução para negociar o fim da guerra colonial.
Já após a redenção de Marcello Caetano, presidente do Conselho de Ministros, a Junta de Salvação Nacional tomou as primeiras medidas legislativas, que passaram, sobretudo, pela dissolução dos órgãos do Estado Novo e a destituição de funções de todos os seus responsáveis.
No entanto, o período pós-revolucionário foi marcado por um clima de tensão e instabilidade políticas, o que ficou traduzido na constituição de seis governos provisórios entre maio de 1974 e julho de 1976.
Este dia é um marco na história de Portugal e da democracia, usando como palavra de ordem a Liberdade.