“Conclave” é um filme de 2024 baseado no romance de 2016 de Robert Harris e realizado por Edward Berger, que conhecemos de “All Quiet on the Western Front”, de 2022. As interpretações estão a cargo de Ralph Fiennes, Stanley Tucci e Isabella Rossellini, entre outros.
A trama centra-se na morte do Papa e na necessidade de se fazer um Conclave, que consiste numa votação secreta entre os cardeais que se reúnem no Vaticano.
Neste caso, é atribuída a liderança do Conclave ao Cardeal Lawrence (Fiennes), que se vê na pesada tarefa de reunir todos os cardeais para assim iniciar a votação.
Mais do que um filme centrado na Igreja Católica e nos seus ideias, “Conclave” vai além disso e explora as relações humanas no seio da Santa Igreja, onde todos são diferentes uns dos outros, apesar de servirem Deus. Até as Irmãs, que supostamente não se metem nos assuntos dos cardeais, são envolvidas no secretismo que paira na Santa Igreja. Isabella Rossellini interpreta uma das Irmãs, e fá-lo magistralmente, sempre atenta às conversas. Stanley Tucci está igualmente bom, interpretando um dos cardeais presentes neste Conclave, mas, para mim, o brilho do filme vai para Ralph Fiennes, que, com a sua magnífica performance, é o catalisador de todas as conversas e burburinhos dentro da Igreja e que desempenha o Cardeal Lawrence com grande mestria, dando humanidade à personagem.
A tensão é constante e está presente no olhar das personagens, todos os movimentos são calculados, cada decisão é crucial para o futuro do conclave e ninguém quer sujar as suas mãos nem manchar a sua imagem perante Deus.
A cinematografia é grandiosa, a banda sonora, sublime, faz aumentar a tensão e a realização é belíssima.
É sem sombra de dúvidas um dos filmes da próxima temporada de prémios hollywoodescos e um bom exemplo de diversidade de opiniões num meio tão conservador como a Igreja Católica.
Estrelas: 10/10
Imagem: DR/ Jornal Referência