EM TELA: Motas e Discos de Luz (“Tron: Ares”)

Tron: Ares, Em Tela

Em 1982 o mundo conheceu pela primeira vez Tron, carregado de efeitos que, para a altura, eram surpreendentes. Um mundo dentro de um jogo de computador, com motas que traçavam circuitos luminosos e com batalhas de discos de luz. Jeff Bridges interpretava Kevin Flynn, um criador de videojogos que foi sugado para este mundo tecnológico e cheio de algoritmos. A aventura, com a chancela da Disney, regressou em 2010, já o mundo estava a viver os passos do cinema em 3D, com a chancela novamente da Walt Disney. “Tron Legacy” era o nome da aventura que colocava desta vez o filho de Kevin Flynn numa odisseia tecnológica para salvar o pai, novamente interpretado por Jeff Bridges, que aqui regressava mas em dose dupla, com outra personagem surpreendente. Os efeitos visuais eram de encher o olho e a banda sonora a cargo dos Daft Punk preenchia os nossos ouvidos e ajudava a criar este ambiente estilo cyberpunk.

No presente ano de 2025, já o mundo se debate com a criação da Inteligência Artificial e humanos desenvolvidos nessa tecnologia, e Tron regressa das cinzas para nos apresentar Ares, interpretado por Jared Leto, um sofisticado programa de IA que deixa o mundo digital para uma missão perigosa no mundo real. E agora Tron cruza os dois mundos. Já não habita só um mundo tecnológico, mas as motas de luz e as batalhas com discos luminosos também povoam o mundo real. O elenco de “Tron: Ares” também é composto por Greta Lee, Evan Peters, Gillian Anderson e ainda Jeff Bridges, que novamente regressa ao seu irónico papel, Kevin Flynn.

Vi este filme em IMAX 3D e é uma experiência absolutamente incrível ver neste formato. O 3D e a tecnologia IMAX adaptam-se lindamente aqui, com visuais que voltam a surpreender pela sua beleza artística, com cores vibrantes e apelativas, bem à estilo Tron, com boas sequências de luta.

A nível de banda sonora, a Disney contratou os Nine Inch Nails que trouxeram autenticidade e inovação e, sejamos sinceros, deram um toque badass ao filme, o que resultou impecavelmente. Uma das vantagens de ver este filme no cinema, particularmente numa sala IMAX, é que esta tira muito partido do som e das suas misturas, jogando com tonalidades e dinâmicas para nos colocar agarrados.

A nível técnico, era tudo o que estava à espera num filme “Tron”. A nível narrativo é que deixou um pouco a desejar. Apesar de me ter divertido, não senti que este terceiro filme fosse preciso para nada. Há uns elementos nostálgicos mas nada de mais. Não posso dizer que adorei a história mas manteve-me entretido. Mesmo as personagens não acrescentam muito e faltou-me um elemento de ligação mais forte aos outros filmes.

Este “Tron: Ares” conquista pelo visual apelativo e banda sonora épica. Nas bilheteiras, o filme foi um grande flop, dando prejuízo à Disney. Mas o que é certo é que os circuitos luminosos de um mundo altamente tecnológico mudaram o nosso mundo real.

Estrelas: 3/5

Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

Imagem: DR/Jornal Referência

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