No dia 7 de Novembro deste ano de 2025, chegou à Netflix o sonho de Guillermo Del Toro desde miúdo, o filme que ele tanto queria fazer, a sua glória. E é nada mais nada menos do que “Frankenstein”, uma adaptação do livro com o mesmo nome escrito por Mary Shelley. Não é um remake puro do livro, antes uma reimaginação de Del Toro, que pegou em aspectos fulcrais da obra, dando também uma nova roupagem à mesma, a sua visão.
Como elenco temos Oscar Isaac, Jacob Elordi, Christoph Waltz, Mia Goth, entre outros. O filme, que estreou na 82.ª edição do Festival de Veneza, tem a composição da banda sonora ao cargo do francês Alexandre Desplat, que soma mais uma colaboração como compositor em filmes de Del Toro, e que também compôs a banda sonora de filmes como “Harry Potter and the Deathly Hallows” (partes 1 e 2), ou “The Grand Budapest Hotel”.
Será que esta adaptação convenceu e que Del Toro acertou em cheio?
Tirando a personagem de Christoph Waltz que não está ali a fazer nada, adorei o filme. Apesar de alguns desvios, é uma adaptação portentosa do livro de Mary Shelley, e é talvez das únicas que não coloca a Criatura como instrumento puramente de terror, dando-lhe a humanidade que merece.
A cinematografia, a cargo do dinamarquês Dan Laustsen, está incrivelmente bem feita, os figurinos são super bonitos e detalhados, assim como os cenários. A banda sonora está épica, aliás, como é característico de Alexandre Desplat. Em termos narrativos, é um filme muito humano, uma história pessoal tocante que nos demonstra que nem todos somos bons, mas que há atitudes que fazem de nós monstros, e esta relação quase de pai/filho que Del Toro coloca em cena, expondo as falhas e os arrependimentos das personagens, é bonita.
Com tanto amor que o realizador colocou na sua obra, podemos dizer que Frankenstein e Guillermo Del Toro fazem um casal incrível.
Estrelas: 4/10
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.
Imagem: DR/Jornal Referência
