E assim um ano se passou. Mais uma vez, vivemos um ano em que nos tivemos de habituar à ideia de que a pandemia pela qual o mundo está a passar não vai embora tão cedo. Entre quarentenas e isolamentos, a nossa melhor amiga nunca nos falhou: a cultura.
Hoje não precisamos de sair de casa para ir ao cinema, pois as plataformas de streaming garantem-nos a cultura naquele que é o nosso conforto. A pandemia veio provar e frisar a importância que a cultura e, nomeadamente o cinema, têm nas nossas vidas. Ninguém é indiferente ao cinema, todos nós o assistimos, o vivemos e comentamos.
E foi isso mesmo que aconteceu em 2021 nesta nossa crónica cinematográfica: não deixamos nunca de comentar novos conteúdos e de vos aconselhar, com o maior gosto, a melhor escolha a fazer, mesmo que essa seja subjetiva.
Este ano foram analisados por mim cerca de 34 conteúdos (filmes, séries e documentários) cinematográficos que podem consultar sempre que quiserem. Entre eles, dou destaque à série “Anne with an E” pela sua originalidade, à série “Las Chicas del cable” pela representação magnífica dos ‘loucos anos XX’ e o filme “Skater Girl”, que, baseado numa história real, abriu mentes relativamente à posição da mulher numa sociedade que é tão conservadora.
Contudo, esta crónica não se mantem sozinha. O ano de 2021 trouxe até nós um convidado especial. E que bom que é ver que este “cantinho” une pessoas pelo amor à cultura. Para o ano, continuaremos aqui, com os nossos comentários mais sinceros sobre o mundo tão complexo, mas apaixonante, que é a Sétima Arte.
Joana Aleixo
O cinema é uma das formas mais genuínas, através das quais conseguimos nutrir algo por realidades que nos são distantes ou que nunca vivenciamos diretamente. Daqui resultam sentimentos como a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e a aptidão de também se identificar com o outro. Ver filmes/séries/documentários é um bom exercício e é por isso que existir uma crónica como o “Em Tela” é importante. A Sétima Arte, que se estende do cinema à televisão, dos filmes às séries, permite-nos aperfeiçoar enquanto seres humanos.
Desde séries como “Orange is the New Black”, que nos permite “entrar” numa cadeia, humanizando-a, bem como no duro sistema penalista americano; ou filmes como “Persépolis, For Sama ou Caphernaum”, que nos extrapolam do grande ecrã a forma como regimes e sistemas opressivos inviabilizam o normal desenvolvimento de imensas crianças, mulheres e homens.
É por isto e muito mais que o cinema é importante, pois, através dele – apesar de, muitas vezes, bastante imperfeito –, torna-se mais fácil tentar entender o mundo. Para um bom começo de 2022, aconselho a visualização da série francesa “Les parasites” – um pesado ‘abre-olhos’ à sociedade onde estamos inseridos -, o emocionante e revelador filme português “Sangue do Meu Sangue”, ou o profundo filme “Lola”, das Filipinas.
Francisco Lima