E se existisse um mundo governado por macacos? Como seria?
“Planeta dos Macacos” é uma saga que começou originalmente em 1968, sob o leme de Franklin J. Schaffner e que teve várias re-interpretações e sequelas associadas, tal como as visões de vários realizadores que deram toques diferentes à saga com o decorrer dos anos.
Em 2001, Tim Burton reinventou o clássico “Planet of the Apes” (filme incrível, na minha opinião), que utilizou efeitos práticos em vez do clássico CGI (imagens geradas por computador), o que implicou o uso de prostéticos que deram mais realismo aos actores que interpretavam os macacos.
Em 2011 a saga volta à baila novamente com “Rise Of the Planet of the Apes”, introduzindo a personagem Caesar (vivido pelo actor Andy Serkis), um macaco que nasceu de uma chimpanzé exposta a uma composto químico administrado por um cientista, que lhe conferiu um aumento de inteligência. Aqui, o CGI foi utilizado como um meio para construir os macacos.
As aventuras de Caesar, que começaram neste filme, seguiram-se em “Dawn Of the Planet of the Apes” (2014) e “War for the Planet of the Apes” (2017).
Nestes filmes, foi utilizada a técnica de motion-capture, ou seja, um processo que permite capturar a fisicalidade dos actores aquando da filmagem em estúdio e usá-la depois para construção de personagens e/ou criaturas, digitalmente.
“Kingdom of the Planet of the Apes” é um filme do presente ano de 2024 realizado por Wes Ball, que dá continuidade à saga começada em 2011.
No filme, passados vários anos após o reinado de Caesar, os macacos são a espécies dominante e tomaram conta de cidades inteiras. Noa, um chimpanzé, é a personagem principal da trama e vemos o seu caminho, cruzando-se com inúmeros macacos, uns bons, outros nem por isso, enquanto questiona as suas origens e se inteira acerca do legado dos símios que estiveram no mundo antes dele, incluindo Caesar.
Na minha opinião, não é um filme perfeito, mas faz o seu trabalho na criação do mundo símio, uma espécie de pós-apocalipse a piscar o olho a “The Last of Us”, no CGI utilizado nas personagens e nas localizações. Este filme prima pelos visuais, mas, ao mesmo tempo, senti que a narrativa poderia ser mais bem explorada. Aqui, as batalhas ganham uma outra qualidade, graças à sua epicidade, e a cinematografia é um doce à vista. No entanto, alguns personagens usados em papel secundário, mereciam mais destaque, na minha opinião. Independentemente disso, é um filme que cumpre o seu propósito, estabelecendo-se entre os seus antecessores como um bom marco nesta saga.
Depois deste filme, será que existirá uma nova ameaça neste planeta dos macacos? Ou será que a saga já deu o que tinha a dar?
Estrelas: 7 em 10
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.