Muito se tem falado sobre a eutanásia, que é um tema extremamente polémico e cada pessoa tem a sua própria opinião, muitas delas influenciadas pelos seus valores religiosos, familiares, políticos, etc. O nosso Presidente da República está com a questão da Eutanásia em mãos, já devidamente aprovada pela Assembleia da República, faltando apenas a sua promulgação ou não pelo nosso sempre e muito presente Marcelo Rebelo de Sousa, que, embora não esteja infetado (até ao momento) com o Corona Vírus, está em quarentena, pois contactou de perto com uma pessoa infetada.
Promulgar ou não, eis a questão!
A meu ver há uma questão que não se fala e que anda esquecida que é precisamente a doação de órgãos – Doar sangue e doar órgãos é doar vida!
Hoje vamos falar apenas de doação de órgãos. Mas o que é doar órgãos?
– É a vontade de autorizar, após a morte ou mesmo em vida (por exemplo, doação de pai para filho) – a recolha de órgãos para ajudar outras pessoas (crianças, homens e mulheres) a viver melhor e/ou mesmo salvar-lhes a vida.
Os benefícios do transplante são evidentes, para além de, em muitos casos, salvarem a vida do doente, em outros casos, melhoram a qualidade de vida: O transplante da córnea e a melhoria da visão, dos rins, evitando a hemodiálise e, muitas vezes, a morte destes doentes, do pâncreas em doente com pâncreas hipofuncionante, com necessidade de grandes doses de insulina, ou mesmo no caso de tumores, do coração, em caso de cardiopatia grave com total falência cardíaca etc. etc.
É muito importante as pessoas saberem que, mesmo sendo doadores de órgãos, os médicos farão o mesmo que não fossem doadores, isto é, fazem todo o possível para salvar as vidas de quem está doente e a necessitar de cuidados, na certeza absoluta de que a recolha de órgãos só será efetuada se, após realizados todos os esforços para salvar a vida dos doadores, o resultado for negativo.
Se a doação de um órgão em vida acontece simultaneamente na morte do doador, os clínicos, em primeiro lugar, fazem uma série de análises e exames protocolados que provam que há morte cerebral e, só a seguir a esta constatação, é assegurado através de máquinas a manutenção da circulação e da respiração artificial para manter o funcionamento dos pulmões, rins, fígado, pâncreas e ainda do coração.
O defunto doador é tratado com o mesmo respeito e a mesma dignidade que outros defuntos, na certeza que a doação dos órgãos (mesmo a doação da córnea) não desfiguram o corpo, sendo que o seu enterro é efetuado como todos os defuntos, com as mesmas disposições e tempo, como se, de facto, não tivessem sido doadores.
Para todos os leitores interessados a doar órgãos em vida ou após a morte, devem contactar com as unidades de transplante dos hospitais centrais de Lisboa, Coimbra ou Porto.