
A escatologia pode ser entendida como o estudo de temas, conversas ou expressões alusivas a fezes, porcaria, sujidade ou imundície ou, num sentido mais amplo e em discursos mais apocalípticos ou proféticos, com o estudo ou a doutrina que investiga o destino dos seres humanos e da Terra.
Tendo em conta este último significado, vale a pena ter em consideração que mesmo passado bastante tempo após a invasão da Ucrânia e apesar da terrível concorrência dos incêndios que assolaram o nosso Portugal, a guerra russo ucraniana continua a marcar presença nas manchetes dos telejornais!
Uma das razões para que isso aconteça reside no facto desta guerra estar a ser disputada na europa e ressuscitar antigos medos, dos tempos da guerra fria! Medos da destruição e da carnificina já vividas nesse continente nas duas guerras mundiais, quando o continente europeu virou um monte de escombros! Medos, que têm sido muito bem explorados pelas tropas russas que, longe, de apenas atacar para conquistar um determinado lugar, atacam de forma desproporcionalmente violenta para causar grande destruição e baixas entre a população civil.
Violência gratuita, pensará o leitor! Mas olhe que não! Não é tão gratuita quanto parece!
Ao meu ver, toda essa violência serve para fazer recordar aos povos (dos demais países europeus) que tal destruição poderia estar a acontecer na casa deles… Isto é feito para contrariar os efeitos da propaganda desencadeada pela imprensa ocidental e promovida pelos americanos e gerar terror em todo o mundo! Isto é feito para manter os europeus tão longe da Ucrânia, quanto for possível!
De forma diferente, mas com a mesma intenção, surgiram também ameaças de retaliações com armas nucleares, caso ocorram intervenções de europeus na guerra russo-ucraniana. A força com que estas ameaças foram proferidas deixou, inclusive, dúvidas no ar sobre a possibilidade real de isso acontecer e motivou comentários sobre a eventual falta de sanidade mental do atual chefe de estado russo.
Pessoalmente, tenho algum receio do escalar desta guerra, pois por maior que seja a minha convicção de que a Rússia e a NATO reconhecem que os cenários de guerra com conflito direto entre eles, levarão à sua destruição mútua, existe sempre alguém que pensa que apesar de tudo, a vitória é o mais importante!
No meu ponto de vista, a utilidade desta guerra é tanta, que ela não deveria sequer ter começado! No entanto, por razões relacionadas com interesses particulares de alguns setores políticos russos de grande influência, a guerra acabou por acontecer!
Na realidade, estes setores têm concentrado ao longo dos anos o seu apoio num personagem que tem liderado a Rússia com mão de ferro desde a renúncia de Boris Yeltsin (em 1999). Este líder, apesar de ter oscilado entre os cargos de presidente e primeiro-ministro, tem sido sempre um líder incontestado, que tem beneficiado ao longo dos anos de um forte apoio ao nível das elites oligarcas russas e de uma considerável popularidade no seu país, com altas taxas de aprovação geral (apesar de muitas pessoas o considerarem um ditador).
Esta popularidade, conseguida desde o seu primeiro mandato, foi justificada pelos apoios que permitiram que, naquela altura, os salários mais que triplicassem, o desemprego e a pobreza caíssem em mais de metade, e a satisfação geral de vida da população russa aumentasse significantemente, o que permitiu o retorno da estabilidade política e do progresso económico da Rússia.
Apesar da enorme popularidade conseguida em razão dos seus sucessos (dentro e fora da Rússia), este líder russo nunca escondeu a sua rigidez e o seu nacionalismo férreo, tendo conduzido a Rússia para diversos conflitos armados contra os seus antigos aliados da (antiga) “cortina de ferro” (como os que foram conduzidos contra a Chechénia, a Geórgia ou a Ucrânia).
Podemos igualmente questionar se a sua enorme popularidade e aprovação não estará relacionada, de alguma forma, com a morte suspeita de alguns dos seus opositores políticos.
Serão estas mortes uma indicação de que ele é um adversário apetecível?
Sendo ele o líder de uma das nações mais proeminentes do nosso planeta, o futuro das pessoas em todo o mundo acaba por depender (em certa medida) das ações deste indivíduo, que ao longo dos cerca de setenta anos que possui, já está no poder, de forma quase incontestável, durante aproximadamente 22 anos.
Nesses anos de governo, ele exerceu seu poder, fazendo todos os dias (penso eu) a sua alimentação normal, numa média de ingestão diária de, digamos, 1,5 kg por dia de alimentos e água. Admitindo esta presunção como correta, ele ingeriu aproximadamente doze toneladas de comida (e bebida) enquanto esteve no poder. Ora, como ele não engordou doze toneladas nestes anos, é justo supor que ele excretou essas doze toneladas de comida e bebida através das suas fezes, urina, suor e respiração.
Será que a contribuição deste líder de doze toneladas de fezes, urina e suor podem nos deixar otimistas quanto ao futuro desta guerra e do mundo em geral?
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