De Esposende para o mundo, João Ribeiro soma conquistas na canoagem: “Tenham objetivos e lutem por eles”

João Ribeiro, natural de Esposende, sagrou-se campeão do mundo em K2 500 metros, juntamente com Messias Baptista, nos Mundiais de Duisburgo, que decorreram na Alemanha em agosto 2023. O Jornal Referência esteve à conversa com o atleta para conhecer mais sobre o seu percurso.

Foi em 2001 que a viagem da canoagem começou na vida de João Ribeiro, através do convite de um amigo. O que era para ser um passatempo de verão passou a uma carreira de alta competição. “Fazia futebol no inverno e canoagem no verão. Só a partir de 2005, quando consegui entrar na equipa nacional, é que optei pela canoagem a 100%”, conta.

João Ribeiro
Foto: João Ribeiro

Neste mesmo ano – 2005 –, o atleta da região Norte conquistou o seu primeiro resultado internacional. João Ribeiro representou Portugal no Festival Olímpico da Juventude Europeia (espécie de minijogos Olímpicos da Europa) e foi aí que ganhou o gosto e “ambição de estar nuns Jogos Olímpicos, um ponto de viragem na vida”.

Desde essa altura até ao presente, tem vindo a conquistar várias medalhas e títulos em competições nacionais, bem como internacionais. João Ribeiro recorda a primeira final num Campeonato do Mundo, em 2009, no Canadá: “Lembro-me da minha primeira final, são momentos que nos marcam para sempre”.

João Ribeiro
Foto: João Ribeiro

Recentemente, em agosto desde ano 2023, o canoísta sagra-se campeão do mundo em K2 500 metros, juntamente com Messias Baptista, com quem faz dupla: “Ganhar a medalha de ouro é um sentimento de que todos os sacrifícios valeram a pena”. Nesta modalidade, os atletas abdicam de muito tempo longe da família, com os treinos, estágios e competições dentro e fora do país. “É saber que naquele momento ninguém no mundo foi melhor do que nós. É a realização de um sonho”, revela com muito orgulho.

A medalha foi dedicada à filha de João Ribeiro. É um pai babado, que fala com muita emoção: “Tudo o que faço é para que ela sinta orgulho no pai e que veja o pai como um campeão”.

Com esta vitória, abriu uma vaga para Portugal para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. João Ribeiro e o parceiro Messias Baptista têm estado a treinar para a sessão seletiva interna, que irá decorrer em abril de 2024 no nosso país. “Quem ganhar essa seletiva é que vai representar Portugal nos Jogos Olímpicos. Estamos a treinar bastante bem, as sensações são boas”, explica.

Ao longo dos anos, é notável “um crescimento enorme” da prática de canoagem, contudo, na perspetiva do atleta, continua “a ser uma das modalidades pouco praticadas”: “É verdade que é cada vez mais falada, muito pelo fruto dos resultados”.

A canoagem é um desporto com muitas especificidades: “É um desporto particular, temos que ir ao encontro de um rio, de um clube”. Com a sua larga experiência, João Ribeiro salienta que é muito difícil chegar ao topo e, “mesmo quem está no topo, se não apresentar resultados, facilmente, perde as bolsas olímpicas”. Com isto, os mais novos, quando chegam a séniores, “são obrigados a serem os melhores dos melhores para conseguirem bolsas olímpicas”: “Porque nós vivemos disso”.

Na sua mensagem final, João Ribeiro, faz um apelo aos mais jovens: “Tenham a vontade de ser profissionais ou não, tenham objetivos e lutem por eles, porque, mais cedo ou mais tarde, vão ser realizáveis. Tem é de haver muito trabalho e empenho”.

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