“Dune” é uma saga sci-fi épica escrita por Frank Herbert sobre um planeta desértico chamado Arrakis e sobre uma coisa de valor que lá reside, a chamada especiaria, que expande a consciência e prolonga a vida de quem a consome. Foi adaptada para cinema em 1984 por David Lynch e, em 2021, chegou-nos a primeira parte do épico, desta feita realizada pelo canadiano Denis Villeneuve, que nos trouxe filmes como “Arrival” (2016) ou “Blade Runner 2049” (2017).
O filme relata as aventuras no planeta Arrakis e a saga da família Atreides com foco na personagem de Paul Atreides, herdeiro desta nobre família. O filme foi aclamado pela crítica como uma obra-prima e conta com a banda sonora de Hans Zimmer, que transporta o espectador um outro nível através de sons intensos e fortes. Na trama, para além dos Atreides existem ainda os Harkonnen, rivais dos Atreides ou ainda os Fremen, o povo do planeta, que habita no deserto.
O filme de 2021 conta com um elenco carregado de nomes de peso, como Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Josh Brolin, Stellan Skarsgard, Javier Bardem, Dave Bautista, Josh Brolin, David Dastmalchian e Charlotte Rampling.
Neste ano de 2024, chegou a tão aguardada sequela de “Dune”, com o mesmo elenco (excepto Oscar Isaac) e ainda uns reforços adicionais como Austin Butler, Florence Pugh, Léa Seydoux e Christopher Walken.
Em termos de casting, um dos melhores painéis que já vi num filme. Bons actores e muito diferentes uns dos outros. É giro vê-los no mesmo filme.
Tenho de destacar performances como a de Timothée Chalamet, que está poderosíssimo, agora numa posição de líder e mais importante do que no primeiro filme. É um gosto ver este jovem actor (28 anos) a ter um papel de peso e a encabeçar um elenco de estrelas. Austin Butler está incrível como Feyd Rautha Harkonnen, um antagonista cruel e psicopata. Para mim, está na lista de melhores vilões dos últimos anos. A performance é intimidante e provocadora e Austin executa na perfeição. O único ponto fraco do filme, na minha opinião, é não terem dado mais tempo de cena a Christopher Walken, que é um actor de topo, cuja personagem de Imperador é perfeita para ele, mas aparece pouco tempo no ecrã. Gostava de ter visto mais desta personagem. Contudo, Walken nunca desilude e já tinha saudades de o ver no grande ecrã.
Florence Pugh, também com 28 anos, surpreende como a princesa Irulan, também uma personagem com muitas camadas.
A nível de argumento, a história está mais complexa, intrincada, não deixando porém de parte a sua magnitude. Os conflitos geopolíticos continuam e as tensões são cada vez maiores.
Em termos de fotografia, é brilhante, como o primeiro. Dennis Villeneuve trabalha muito bem em termos de imagens e da paleta de cores a utilizar. A banda sonora é mais uma vez fantástica, com Hans Zimmer a colocar a fasquia novamente alta.
Por falar em colocar a fasquia alta, este filme não só é tão bom como o primeiro, mas arrisco dizer que é melhor. É um complexo espectáculo visual e narrativo que está nos tops dos portentos da sétima arte.
“Dune – Part Two” eleva, surpreende e fascina. E Dennis Villeneuve mais uma vez triunfa.
Estrelas: 9 em 10
Este autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico.