Estamos em altura de férias, sinónimo de descanso e tranquilidade, mas o tema deste mês – Burnout – é o oposto disso.
A síndrome de Burnout, do português “esgotamento”, é um estado de exaustão física, emocional e mental causado por stress prolongado e excesso de trabalho. Embora seja frequentemente associado ao ambiente de trabalho, também pode ocorrer noutras áreas da vida, como ser cuidador de alguém ou lidar com doenças crónicas.
Para entender se pode estar a sofrer de Burnout, é importante ter em conta alguns sintomas que devem ocorrer frequentemente como: sentir-se esgotado e vazio; falta de energia para enfrentar o dia ou realizar tarefas; fadiga e dores de cabeça; dificuldade de concentração; redução do desempenho e produtividade; afastamento de responsabilidades; isolamento de colegas, amigos ou familiares e procrastinação.
Se tem uma carga horária excessiva, mau ambiente social entre colegas e chefias, falta ao trabalho regularmente e sente demasiada pressão por parte das chefias, os principais sinais estão presentes para ter o diagnóstico de síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout é frequentemente descrita em três fases principais:
- Fase de Exaustão – nesta fase inicial, o indivíduo começa a sentir uma crescente sensação de cansaço físico e mental. O stress contínuo começa a diminuir a energia e a capacidade de enfrentar desafios diários. Embora ainda consiga funcionar, o indivíduo percebe que se está a esforçar mais do que antes para manter o mesmo nível de desempenho.
- Fase de Despersonalização ou Cinismo – nesta fase intermediária, o indivíduo começa a distanciar-se emocionalmente do seu trabalho ou de outras atividades que anteriormente eram significativas. Há uma sensação de desapego e cinismo em relação às responsabilidades e às pessoas em redor. As interações podem tornar-se impessoais e a motivação e a satisfação com o trabalho diminuem drasticamente.
- Fase de Ineficácia e Desamparo – na fase final, o esgotamento manifesta-se como uma profunda sensação de ineficácia e desamparo. O indivíduo sente que não consegue mais lidar com as suas responsabilidades e que o seu desempenho está muito aquém do desejado. A autoestima é significativamente afetada, e pode haver uma sensação de desesperança e depressão. Nessa fase, a intervenção profissional é frequentemente necessária para ajudar o indivíduo a recuperar o seu bem-estar e funcionalidade.
O reconhecimento precoce da síndrome de Burnout é crucial para evitar que se torne severo. Se sente sinais de esgotamento, é importante tomar medidas imediatas para resolver a situação: Estratégias de Autocuidado – atividade física regular, sono adequado e técnicas de relaxamento, ter hobbies e interesses fora do trabalho; Estratégias no Local de Trabalho: definir limites e dizer não a pedidos excessivos, procurar suporte de supervisores ou colegas, fazer pausas regulares e tirar férias para recarregar; Ajuda Profissional; Mudanças Organizacionais: promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, incentivar a comunicação aberta e o feedback, implementar horários de trabalho flexíveis e reduzir cargas de trabalho. Se não existirem melhorias, ponderar período sabático ou mudança de emprego/empresa.
O reconhecimento e a gestão do Burnout são essenciais para promover um ambiente saudável e produtivo.
Boas férias!