Meta vai deixar de fazer verificação de factos. Saibam como ajudar a combater a desinformação

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Mark Zuckerberg, diretor da empresa Meta, que gere as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou, há dias, que vai deixar de ser feita verificação de factos nas suas plataformas. O Jornal Referência reuniu algumas dicas que podem seguir para ajudar no combate à desinformação.

“É hora de voltar às nossas raízes no que diz respeito à liberdade de expressão. Estamos a substituir os verificadores de factos pelas Notas da Comunidade, simplificando as nossas políticas e focando em reduzir erros. Mal posso esperar pelo próximo capítulo”, escreveu o empresário na descrição de um vídeo que partilhou com os seguidores.

“Comecei a criar redes sociais para dar voz às pessoas. (…) Mas muitas coisas aconteceram nos últimos anos. Tem havido um debate alargado sobre os potenciais malefícios dos conteúdos online. Os governos e os meios de comunicação tradicionais pressionaram para uma censura cada vez maior e muitas destas ações são claramente políticas. Mas também há coisas legitimamente más por aí: drogas, terrorismo, exploração infantil. Estas são coisas que levamos muito a sério e eu quero ter a certeza que as trataremos com responsabilidade”, explicou Mark Zuckerberg.

Mark Zuckerberg referiu que foram construídos “sistemas complexos para moderar o conteúdo, mas o problema com sistemas complexos é que eles cometem erros”: “Mesmo que eles, acidentalmente, censurem apenas 1% das publicações, isto são milhões de pessoas. E chegámos a um ponto em que são muitos erros e muita censura”.

No site da Meta é possível ver que, em dezembro de 2024, foram removidos milhões de pedaços de conteúdo todos os dias e, mesmo que estas ações contem para “menos do que 1% do conteúdo produzido diariamente”, cerca de “uma ou duas destas ações em cada 10 podem ter sido enganos”.

 

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Uma publicação partilhada por Mark Zuckerberg (@zuck)

Assim, o proprietário da Meta enumerou um conjunto de medidas a serem implementadas nos próximos meses, a começar nos EUA.

Mark Zuckerberg começou por referir que vão substituir o programa de verificação de factos, em vigor desde 2016, e substituí-lo pelas Notas da Comunidade, semelhantes às que existem na rede social X. “Os verificadores de factos tornaram-se demasiado parciais em termos políticos e destruíram mais confiança do que aquela que criaram, especialmente nos EUA. Então, durante os próximos meses, vamos introduzir gradualmente um sistema de Notas da Comunidade mais abrangente”, afirmou. Vejam aqui como funciona este programa de verificação de factos.

Além disso, a Meta vai simplificar as suas políticas de conteúdo e livrar-se de “um conjunto de restrições em assuntos como imigração e género”: “O que começou como um movimento para ser mais inclusivo, tem sido cada vez mais usado para deitar abaixo opiniões e calar pessoas com ideias diferentes. E foi demasiado longe. Eu quero ter a certeza que as pessoas podem partilhar aquilo em que acreditam e experiências nas nossas plataformas”.

A Meta vai introduzir ainda uma nova abordagem no que diz respeito à aplicação das políticas, de forma a “reduzir os erros que representam a grande maioria da censura” nas suas plataformas, agindo com mais “certeza” quando for eliminar algum conteúdo. “Costumávamos ter filtros que verificavam se havia alguma violação das políticas. Agora, vamos focar esses filtros para lidar com violações ilegais e bastante graves. Para as violações mais leves, iremos confiar em alguém que reporte um problema antes de tomarmos medidas”, disse.

“A realidade é que isto é uma troca. Isto significa que vamos apanhar menos coisas más, mas também vamos reduzir o número de publicações e contas de pessoas inocentes que, acidentalmente, deitámos abaixo”, acrescentou Mark Zuckerberg.

“Durante algum tempo, a comunidade pediu para ver menos conteúdo político porque deixava as pessoas stressadas, então, deixámos de recomendar essas publicações. Mas parece que estamos agora numa nova era. E estamos a começar a ter feedback de pessoas que querem ver este conteúdo novamente. Então, vamos começar novamente a trazer gradualmente isto para o Facebook, Instagram e Threads enquanto trabalhamos para manter as comunidades amigáveis e positivas”, revelou também o empresário.

Por fim, Mark Zuckerberg sublinhou que a Meta irá trabalhar em conjunto com o presidente Donald Trump para “proteger a liberdade de expressão à volta do mundo”: “Os EUA têm as proteções constitucionais mais fortes do mundo para a liberdade de expressão. A Europa tem um cada vez maior número de leis, institucionalizando a censura e tornando difícil construir alguma coisa inovadora lá”.

“Agora temos a oportunidade de restaurar a liberdade de expressão e eu estou entusiasmado por agarrá-la”, concluiu.

Saibam mais aqui sobre as mudanças que vão ser realizadas nas plataformas da Meta.

Facebook, Internet, smartphone, telemóvel
Foto: Thought Catalog/Unsplash

Como combater a desinformação nos feeds das redes sociais?

Detetar uma notícia ou conteúdo falso, ou gerado por Inteligência Artificial, nem sempre é fácil, num mundo repleto de informação por todos os lados e de todas as formas.

Existem sites inteiramente dedicados à produção das chamadas “fake news”, que apresentam informações falsificadas com fins políticos, económicos ou outros. E as redes sociais são um veículo de propagação muito apetecível para este tipo de conteúdos.

As notícias falsas podem ser mentiras intencionais ou simplesmente disporem de conteúdos não verificados, mas o que é certo é que geram aquilo que se chama de desinformação.

Parar a propagação das notícias falsas cabe a cada pessoa. Cada ação conta!

Antes de mais, se identificarem uma notícia falsa, é fulcral denunciarem esse conteúdo.

Além disso, se uma notícia parece demasiado chocante ou despertar alguma emoção ou reação demasiado forte ao ler, é importante confirmar a informação em vários órgãos de comunicação social e sites oficiais. O mesmo se aplica a uma imagem e é possível verificar a sua veracidade através de diversos sites para o efeito, bem como motores de busca.

É fundamental ir além do título. Os títulos resumem apenas uma parte da informação contida numa notícia e podem gerar várias interpretações, por isso, ler a notícia completa é sempre uma boa opção.

Tudo o que nos chega, seja através de grupos de redes sociais, uma mensagem privada ou conteúdos que vemos ao fazer scroll (e até mesmo fora da Internet), é importante ser verificado no que diz respeito à fonte. Mesmo que o design da publicação seja semelhante ao de um meio de comunicação social, é preciso ter em conta o nome da página que o está a divulgar. Afinal, já todos ouvimos a frase: “Quem conta um conto, acrescenta sempre um ponto”. Podem sempre optar por confirmar a informação em sites de verificação de factos.

Antes de partilhar algo, que deverá ser de uma fonte confiável, convém ser também refletido se se trata de um rumor e se a informação é atual. Não se esqueçam que o que é partilhado online tem impacto e consequências no mundo real, podendo colocar vidas em risco.

Selecionar os seguidores e contas a seguir também é uma boa prática, de forma a garantir que não há páginas aparentemente falsas a aparecer no feed.

Os jornalistas contribuem para uma sociedade mais informada, na medida em que investigam as informações e apuram os factos. Atuam também como uma espécie de filtro para que a sociedade possa ter acesso às notícias de interesse público. É essencial a sua função e confiar no seu trabalho contribui para que a sua credibilidade possa manter-se para as gerações futuras.

Sempre que forem partilhar algo, reflitam:

  • Quem fez?
  • Qual é a fonte?
  • De onde vem?
  • Porquê que estou a partilhar isto?
  • Quando foi publicado?

Podem ler mais aqui sobre dicas para detetar as “fake news”.

Foto: Lisa Fotios/Pexels

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