Jovem de Famalicão lançou primeiro livro de poesia em que transmite as suas emoções

Vera Carvalho, com 20 anos, é de Famalicão e, entre a licenciatura em Línguas e Literaturas Europeias e projetos online, lançou o seu primeiro livro de poesia “Eterno Inferno”, em julho de 2019. Começou esta “brincadeira” há cinco anos e, inicialmente, não tinha a atual paixão pela escrita.

Há cerca de dois anos, percebeu que poderia tornar-se algo sério, e, com 16 anos, recebeu a primeira proposta para a publicação de um livro. Contudo, não considerou ser o momento certo na sua vida para o seu lançamento, por ser necessário um grande processo pessoal e uma maturidade que apenas conseguia ganhar ao longo da sua vida.

Foto: Mariana Sousa Lopes

Tem uma escrita muito característica, escrevendo sempre sobre as situações da sua vida, e é sempre “fiel ao que estava a sentir” quer “transpor, exatamente, as emoções tal como sentia para os textos, os poemas”. “Algo que acredito muito nas composições escritas é que os escritores devem sempre dizer a verdade e ser fiéis aos seus sentimentos”, comenta a poetisa.

Um dos grandes impulsionadores para a escritora foi o projeto Sarcasmos Irónicos” , um grupo de literatura que “ensinou a melhorar como escritora”. “Mesmo em termos de escrita, passei a olhar certos pormenores, ter cuidados em certas coisas nos poemas. Os grupos são importantes, não só para lançar escritores no mercado, «melhorar» escritores, mas também para dar algum incentivo e perceber qual o nosso objetivo na literatura”, refere Vera Carvalho.  

Para uma parte dos leitores, a capa do livro surge como algo controversodevido à presença de um coração e o próprio título do livro. Mas, como em cada poema de Vera Carvalho, existe uma coesão. “ideia de pôr este nome no livro, de facto, não era para um livro. Foi de um poema, mas gostei tanto do trabalho que escrevi, que decidi «porque não abranger este poema a um livro?» (…) O coração por ser uma a poesia sobre um relacionamento. E porque foi o que fiz ao escrever os poemas, colocar as minhas emoções e coração. E também porque ao longo do livro falo muito da palavra «coração»”, explica.

Foto: Mariana Sousa Lopes

A poetisa refere que o inferno, ao longo do livro, revela-se como algo não associado ao dia-a-dia e representa uma relação que, ao longo da sua vida, se refletiu em algo muito positivo no seu crescimento humano. Tornando-se algo “Eterno”, levando para sempre para a sua vida, e transformando-se num processo de aprendizagem 

Um dos momentos marcantes para a jovem foi o primeiro envio de um livro para o Brasil para uma crítica de livros. “[Receber uma opinião de] um mundo diferente, uma cultura diferente, foi algo que me deixou muito feliz e animou”, relembra a escritora. Além disso, menciona a oportunidade de conhecer escritores e perceber a complexidade do mundo de cada um; e a partilha de emoções por parte dos leitores é algo que a motiva, pois o seu objetivo com a arte é sempre transmitir uma mensagem.  

A primordial referência portuguesa que destaca é Fernando Pessoa, mas Florbela Espanca tornou-se muito especial para Vera Carvalho, depois da sua última leitura. A jovem narra a poesia como algo eterno na sua vida e que ficará até ao fim, recorda ainda que já a salvou de alguns momentos da sua vida.

Escrever sobre o momento é o que mais a fascina, sendo a forma mais fácil de falar com alguém. O facto de ter um processo criativo imediato e iminente permite-lhe que as emoções estejam refletidas da forma mais natural e sincera. Desta forma, é assim que esta arte a faz feliz e que pode ser ela mesma.  

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