Neste estado de emergência que vivemos essencialmente em casa, muitos de nós aproveitam para experimentar alguns pratos deliciosos, mas que nem sempre são bons e saudáveis para os nossos intestinos, nomeadamente para os que sofrem de hemorroides devido ao consumo de alimentos pobres em fibras e com, muitas vezes, alto teor em especiarias e mostarda e ingestão exagerada de carnes vermelhas, pimenta (preta e branca), pimentões, café e o álcool por provocar ressecamento das fezes.
Para muitas pessoas de ambos os géneros, é um tema constrangedor falar de hemorroides e especialmente quando é algo relacionado com o rabo, mas é um problema de saúde que deve ser tratado com naturalidade.
Sabe-se que não é uma doença perigosa, nem põe a vida em risco ou tampouco, num indivíduo com hemorroide, dificilmente esta patologia se transformará em cancro, mas a saída de sangue da hemorroide, muitas vezes, pode mascarar um tumor (carcinoma colo retal), sendo extremamente importante (se sair sangue pelo ânus) procurar um médico com brevidade.
Segundo alguns autores referem que cerca de 75% dos homens e mulheres tiveram ou vão ter hemorroides, que costumam aparecer por volta dos 50 anos ou ainda mais cedo, dependendo do tipo de alimentação que a pessoa faz.
Não é uma doença contagiosa e a sua origem é mecânica e não viral, fúngica ou bacteriana.
A hemorroida é uma dilatação das veias do canal anal, que provoca sangramento, comichão e quase sempre dores na região anal. Pode causar prisão de ventre e grande dificuldade em obrar (principalmente, se a pessoa for obesa) e pode estar relacionado com alguns fatores genéticos (se os pais tinham hemorroides, segundo alguns autores, poderá
ter um risco aumentado de vir também a ter).
Apesar de aparecerem tanto em homens como mulheres, sabe-se que a gravidez e os pós-parto podem potenciar o aparecimento de hemorroides ou agravar a pré-existente na mulher.
A alimentação, de facto, influencia o aparecimento de hemorroides, como já tivemos oportunidade de referir acima. Devemos fazer uma dieta rica em fibras – comer, preferencialmente, feijão preto, laranjas, limões, espinafres e vegetais, preferencialmente os verdes mais escuros (são ricos em flavonoides, que ajudam a flora intestinal), cereais (tais como a aveia, que favorece a absorção das gorduras e o funcionamento do intestino), beber muita água, fazer uma limpeza regular da zona anal, tentar obrar sempre à mesma hora, tentar não engordar, tentar fazer exercício físico, nomeadamente, a natação e caminhar, pelo menos, cerca de 30 minutos por dia e, assim, evitar os efeitos nefastos de ter hemorroides ou minimizar os seus efeitos, nomeadamente, os dolorosos as que já tinham.
Relativamente ao tratamento médico, os anti-inflamatórios, analgésicos tópicos e os chamados venotrópicos ajudam na resolução das hemorroides.
Deve-se evitar utilizar laxantes com frequência, andar a cavalo, praticar ciclismo, permanecer muito tempo sentado, lavar o rabo com água quente, fazer esforços violentos e ter obstipação.
O diagnóstico e efetuado frequentemente pelo médico de família, atendendo às queixas/sintomas e observando o ânus e o reto. Quando é necessário, pode-se observar o ânus com um anuscópio e ou proctoscópio (ânus e reto) a fim de verificar/confirmar a existência de hemorroides ou de outras patologias que possam existir nessa região.